Esporte
Cuca cita falta de tempo e blinda grupo do Palmeiras: “A culpa é minha”
Técnico dá nova entrevista coletiva horas após derrotas para o RB Brasil, chama responsabilidade e fala em administrar problemas
Por Rodrigo Faber
São Paulo
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Cuca teve pouco tempo para dormir após a derrota do Palmeiras por 2 a 1 para o RB Brasil, quinta-feira, no estádio do Pacaembu. O técnico comandou treino do Verdão na manhã desta sexta e citou o período reduzido de trabalho antes de encarar o Água Santa, domingo, às 16h (horário de Brasília), em Presidente Prudente.
– Temos de ter calma e equilíbrio. O problema maior é a falta de tempo para trabalhar. Não há um tempo hábil para treinar, sob risco de perder jogador machucado. Fizemos um treino regenerativo, tivemos mais um problema, mas são situações que temos de saber administrar – afirmou, em coletiva na Academia de Futebol.
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A entrevista de Cuca, aliás, se deu poucas horas após ele próprio falar com a imprensa no Pacaembu – uma prática incomum no clube. A intenção do treinador, que voltou a chamar a responsabilidade para si, é blindar o elenco de questionamentos da imprensa, em um momento no qual nenhum jogador está se destacando.
– É se blindar. O grupo, quando está fechado, administra os problemas e resolve de forma interna. Não adianta vim aqui em meio à imprensa resolver, porque você não resolve. A maior solução tem de ser dentro do campo – explicou.
– Hoje eles (jogadores) vão falar o quê? É um momento ruim, que ninguém está jogando bem. A culpa é de quem comanda. É minha...
Cuca demonstrou cansaço durante a coletiva
no Palmeiras (Foto: Rodrigo Faber)
Confira abaixo os principais tópicos da entrevista coletiva de Cuca
Poucas horas de sono– Pouquíssimas. Quatro horas e meia. É uma mistura. Claro que se você tem as coisas caminhando certinho, dorme tranquilo, seu subconsciente vai estar descansado, coisa que não está acontecendo. Tem muito trabalho, os problemas vão surgindo. Temos de ter calma e equilíbrio. O problema maior é a falta de tempo para trabalhar. Não há um tempo hábil para treinar, sob risco de perder jogador machucado. Fizemos um treino regenerativo, tivemos mais um problema, mas são situações que temos de saber administrar.
Cristaldo– Ele está há muito tempo parado, fomos avaliá-lo para a condição de jogar domingo, o Alecsandro está fora. Ele acabou sentindo uma lesão ali, um lance casual, pisou na bola e sentiu o quadril, também o posterior. Vamos ver a avaliação, me parece algo muscular.
Dudu– Eu falei na coletiva: muita coisa que acontece no campo de jogo, me retrato no tempo em que eu jogava. Como tinham nove minutos de jogo, o Dudu deu uma mancada, uma esticada, eu falei: “Ele está com algum incomodo”. Já coloquei o Allione para aquecer. Eu não preciso que o médico faça o sinal, é natural que o jogador tenha esse princípio de lesão. Eu poderia ter esperado, foi uma responsabilidade que assumi (clique aqui e leia mais sobre a polêmica lesão de Dudu).
Alterações no time– É para isso que tem o jogo-treino, coisas que você pode descobrir no seu time. Jogamos contra o Nacional, estão sempre nos servindo, a gente agradece. Eu já tenho um time formado na cabeça, amanhã ponho em prática no treinamento para ver se enfim consigo a primeira vitória no domingo.
O que fazer– É se blindar. O grupo, quando está fechado, administra os problemas e resolve de forma interna. Não adianta vir aqui em meio à imprensa resolver, porque você não resolve. A maior solução tem de ser dentro do campo, fazer um jogo bom, como fizemos no segundo tempo. Poderíamos ter uma sorte melhor, perdemos gols incríveis. Isso vai tirando a tranquilidade do jogador, a confiança. Esses mesmos jogadores, com vento a favor, pegam confiança, as coisas dão certo. Tem de ser o mais simples possível, feijão com arroz, e as coisas mudam.
Ajuda dos psicólogos
Cuca, em entrevista coletiva (Foto: Rodrigo Faber)
– Tudo é bem-vindo quando é para somar. Temos de diferenciar o trabalho do psicólogo no momento desses. Eles não são bombeiros. Tem de fazer parte do trabalho desde o início da temporada. Eles não estão aqui agora porque o Palmeiras está num momento ruim, mas desde o ano passado, quando foi campeão. O trabalho continua.
Reforços– Externamente, é cedo. Internamente, não. Tenho pensado. Não quero cometer injustiça nenhuma, tenho dado oportunidade a quase todos, para depois tomar minhas medidas. Podemos ser campeões, classificar na Libertadores, por mais difícil que seja, mas meu trabalho vai aparecer com a assimilação do que penso em termos táticos. Pelo menos em um ou dois meses as coisas vão evoluir. Nosso grande campeonato vai ser o Brasileiro, ali busco ter o esquema ideal, jogadores encaixados ao que penso, eu também, dentro do propósito, com algumas pontualidades de reforços.
Diretoria– O Alexandre é um jovem de 39 anos, é arrojado, fez um excelente trabalho no Cruzeiro, foi bicampeão nacional. Veio para o Palmeiras, deu uma reformulada quase geral. Ele sofre tanto ou mais do que eu. O presidente também. Desse sofrimento temos de tirar um princípio para que tenhamos alegrias. São momentos da vida que você passa por provações, mais tarde vem a ter vantagens em cima dessa experiência negativa. Já passei cada coisa no futebol que é difícil até lembrar. Quando você lembra que deu certo, tem um sabor enorme. As coisas não são com uma varinha de condão, que você faz “tchuf” e acontece tudo. Já perdemos o que tínhamos de perder, vamos começar a ganhar.
Coletiva horas depois de falar com a imprensa no Pacaembu– Hoje eles (jogadores) vão falar o que? É um momento ruim, que ninguém está jogando bem. A culpa é de quem comanda. É minha.
Dificuldade para montar o ataque– Essas coisas que são boas, são oportunidades. De repente você não ia dar num contexto natural, mas está escrito para acontecer. Vamos acreditar nisso.
Jogar fora de casa– O interior é muito forte, faz tempo que não vamos jogar lá, vai ser bom, desde que a gente jogue bem. Quando você joga bem e vence é bom jogar em qualquer lugar.
Sequência negativa– Eu não sou treinador que chega aqui e dá soco na porta, motiva jogador. Eu gosto de trabalho. A coisa vem com a sequencia do trabalho, a assimilação. Quando isso ocorrer, dentro do tempo que temos, as vitórias vão vir. O que importa no trabalho é ter a certeza que o caminho está sendo traçado. Que as coisas estão evoluindo, que você tem um time. Temos de buscar um equilíbrio, ter as peças para ir trocando. Isso, quando você está em meio à crise, se torna mais difícil. Temos de insistir e acreditar que vai dar certo.
FONTE:http://globoesporte.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2016/03/cuca-cita-falta-de-tempo-e-blinda-grupo-do-palmeiras-culpa-e-minha.html
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