Era como bater numa pedra. O Sesi-SP se esforçava, jogava com a agressividade pedida pelo técnico Giovane Gávio, mas o Cruzeiro continuava firme. Lorena fez o que pôde para tentar evitar a derrota, Serginho jogou com dores na coluna, o grupo foi valente. Só que nem o empenho nem a vontade foram suficientes para derrubar o poderoso adversário. Neste sábado, na Vila Leopoldina, em São Paulo, o atual campeão da Superliga ganhou o direito de lutar pelo bicampeonato. E assim como no primeiro confronto da melhor de três, não cedeu um set sequer: 3 a 0, parciais de 25/22, 25/23 e 36/34.
Sob o comando de Marcelo Mendez há quatro temporadas, o Cruzeiro chega a sua terceira decisão seguida. Enfrentará na final o vencedor da série entre Rio de Janeiro e Minas. O time carioca tem 1 a 0. A segunda partida será disputada neste sábado, às 21h30m, em Belo Horizonte, com transmissão ao vivo do SporTV e em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.
- A gente treina em função de ganhar títulos. O grupo tem essa mentalidade. E o Marcelo e nossa comissão técnica estão de parabéns. Vamos rumo ao bi - disse o levantador William Arjona.
William Arjona foi um dos destaques do Cruzeiro (Foto: João Pires / Vipcomm)
Aquele Sesi apático, que pecou nos saques no primeiro confronto, não deu as caras. Além de contar com a volta do central Sidão, recuperado das dores nas costas, o olhar era diferente, a atitude também. Fez o levantador Sandro quase derrubar o primeiro árbitro ao tentar salvar uma bola com o pé. O Cruzeiro mostrava a força habitual, conseguia fugir três pontos, mas via o adversário se aproximar rapidamente. Empurrado pela torcida, Lorena passava pelo bloqueio, dava trabalho. O Sesi encostava mais uma vez no placar (17/16). Mas passar... Wallace estava lá para evitar. Rogério também. O ritmo intenso da partida só foi quebrado por causa da rede, que furou num lance de Sandro. Filipe tentava fazer um remendo. Problema resolvido, bola em jogo e aí só deu Cruzeiro.
O atual campeão forçava mais o saque e tinha do outro lado da quadra um adversário que começava a perder a tranquilidade. Enquanto isso, Rogério dominava a rede. Lorena lutava, diminuía a diferença. Foi para o saque com a esperança de evitar que a equipe de Marcelo Mendez fechasse o primeiro set. Beijou a bola antes de sacar, só que ela foi parar depois da linha. Cruzeiro na frente: 25/22.
Além da desvantagem, os anfitriões administravam um outro problema. Após uma defesa ainda na primeira parcial, Serginho sentiu dores na região lombar. Desde então, o sorriso do líbero - que em 2010 foi submetido a uma cirurgia de hérnia de disco - foi sumindo do rosto. Já não se movimentava com facilidade. Sem substituto, jogava no sacrifício. Os companheiros passaram a correr por ele também, e a equipe seguia no comando do marcador (12/9). No pedido de tempo, Marcelo Mendez exigia mais paciência de seus comandados. Deu certo. Liderado por William Arjona, o time obteve a virada (16/15). A essa altura, o Sesi já não podia contar com os passes de Serginho, que não conseguia executar determinados movimentos. Melhor para o Cruzeiro. Apesar da situação difícil, o Sesi não se entregava. Mas os visitantes erravam menos e comemoravam mais uma vez: 25/23.
A torcida mineira já fazia sua voz parecer mais alta no ginásio. A confiança na vitória era tanta, que os gritos de "Bicampeão!" se repetiam. Os donos da casa pareciam não ouvir. Precisavam manter a concentração para seguirem vivos no jogo. Vibravam ao fechar a porta para Wallace no bloqueio (7/4). Resistiam aos ataques e tiravam proveito das falhas do Cruzeiro para se manter na frente (20/18). Após um saque, Sidão sentiu dores e pediu para sair de quadra. Não dava mais para ele. Logo depois, Serginho errou um passe. O drama do Sesi não tinha fim. Tudo igual (21/21).
Rogério passa pela marcação do Sesi-SP (Foto: João Pires / Vipcomm)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/03/cruzeiro-nao-da-chance-ao-sesi-sp-fecha-serie-e-segue-na-briga-pelo-bi.html