Ambos os gols saíram no primeiro tempo. Depois de sofrer uma pressão inicial, a equipe de Alex Ferguson abriu o placar aos 20 minutos, com o atacante Welbeck (surpresa na escalação), após escanteio. Cristiano Ronaldo, em linda cabeçada, deixou tudo igual aos 30 - e saiu para uma tímida comemoração. E por muito pouco, em outras oportunidades, não se tornou o herói no seu primeiro reencontro com o ex-clube depois de se tornar a maior negociação da história do futebol em junho de 2009 (€ 96 milhões).
Outra transação milionária na época, o brasileiro Kaká não saiu do banco de reservas por opção de José Mourinho. O único representante do país que começou jogando foi o lateral-direito Rafael, titular e dono da ingrata missão de marcar individualmente Cristiano Ronaldo. Anderson, outro ex-companheiro do português, entrou nos minutos finais no Manchester United, assim como o naturalizado português Pepe, no Real.
Futebol, injusto?
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Foram seis minutos iniciais de pura pressão do Real Madrid. Outros tantos de domínio territorial e estatístico. Estava no rosto dos torcedores do Manchester United, tão empolgados pelas ruas da capital espanhola antes do jogo, tão apreensivos com o ótimo começo da equipe de José Mourinho. Mas sabe-se lá por qual motivo o futebol resolveu pregar mais uma de suas peças no primeiro tempo no Santiago Bernabéu. Foram os Diabos Vermelhos quem sorriram primeiro.- Confira como foi o jogaço, lance a lance
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O gol dos visitantes saiu aos 20 minutos, depois de os mandantes muito martelarem com Khedira, Di María, Sergio Ramos, Cristiano Ronaldo e até Fábio Coentrão, que só não abriu o placar por conta de uma defesaça do espanhol De Gea. Em cobrança de escanteio da esquerda, Rooney colocou na cabeça de Welbeck, que subiu sozinho diante da marcação de Ramos. Diego López, contratado para substituir o lesionado Casillas, ficou no meio do caminho.
Os merengues seguiriam pressionando. Aos 22, Di María obrigou De Gea novamente a fazer boa defesa, pulando no canto. Cinco minutos depois foi a vez de Cristiano Ronaldo assustar ao pegar rebote de sua própria cobrança de falta. O empate se anunciava.
David de Gea voa para salvar (Foto: AFP)
E o que era questão de tempo se tornou realidade aos 30. Di María cruzou da esquerda e Cristiano subiu com perfeição para anotar um golaço de cabeça, pela plástica, técnica do movimento e ter praticamente 'parado no ar' - como um beija-flor ou um helicóptero, diria o lendário ex-atacante brasileiro Dadá Maravilha. Evra, responsável pela sua marcação, só pôde olhar.
Com três atacantes, seria estranho não ter outros momentos ofensivos a serem registrados por parte dos ingleses. Mas como a equipe de Ferguson é traiçoeira, quase desempatou na sequência, quando menos se esperava. Aos 33, Van Persie cruzou, Welbeck desviou e um toque na perna de Diego López evitou o segundo. Na cobrança do escanteio, Rooney aproveitou a sobra e concluiu para fora.
Definitivamente, o volume de jogo do Manchester não impressionava. Do outro lado, o Real criava oportunidades para até abrir boa vantagem. De Gea, aos 37, impediu gol de Özil. O próprio alemão refugou dois minutos depois ao receber um bolão de Di María e preferir o passe. Cristiano Ronaldo, aos 42 e 46, também lamentou ter chegado perto.
Cristiano Ronaldo comemora o empate do Real Madrid (Foto: EFE)
Real e United voltaram com as mesmas equipes para o segundo tempo. O panorama também seguiu parecido: foram dos espanhóis as melhores oportunidades, como quando Di María arriscou de fora da área, aos seis minutos. O United, porém, poderia ter tido maior facilidade não fosse o erro de arbitragem aos nove. Evra avançou sozinho em contra-ataque, foi derrubado por Varane na intermediária, mas o jogo seguiu sem sequer a infração ser assinalada - o defensor francês poderia, inclusive, ter recebido o cartão vermelho.
Alex Ferguson abraça Cristiano Ronaldo no reencontro com o ex-pupilo (Foto: Reuters)
Faltou calibrar o pé, Van Persie
Os visitantes deram o ar da graça aos 26 em dois lances incríveis. Primeiro, em contra-ataque puxado por Rooney, Van Persie recebeu com espaço na grande área e chutou forte de direita. A bola resvalou em Diego e explodiu no travessão. Na sequência, o holandês voltou a ter grande chance sozinho na grande área, mas a conclusão saiu longe do ideal e permitiu que Xabi Alonso chegasse de carrinho para salvar.
O jogo já ganhara contornos dramáticos. No lá e cá, o Real pararia em De Gea de novo em chute de Khedira, da entrada da área, aos 33. Cristiano Ronaldo, em cobrança de falta venenosa, quase deixou o seu segundo, dando efeito suficiente para a bola cair na parte de cima da rede, raspando o travessão. Já nos acréscimos, Van Persie parou em Diego López em chute cruzado. Promessa de muito mais emoção em março.
Diego López; Arbeloa, Sergio Ramos, Varane e Coentrão; Khedira e Xabi Alonso (Pepe); Di María (Modric), Özil e Cristiano Ronaldo; Benzema (Higuaín). | De Gea; Rafael, Ferdinand, Evans e Evra; Welbeck (Valencia), Carrick, Jones e Kagawa (Giggs); Rooney (Anderson) e Van Persie. |
Técnico: José Mourinho. | Técnico: Alex Ferguson. |
Gols: Welbeck, aos 20, e Cristiano Ronaldo, aos 30 minutos do primeiro tempo. | |
Cartões amarelos: Van Persie, Rafael (Manchester United). | |
Estádio: Santiago Bernabéu (Madri, Espanha). Data: 13/02/2013. Árbitro: Felix Brych (ALE). |