Esporte
Com QI de gênios, Bartoli despreza 'padrões': 'Não sou loura, tudo bem'
Alheia aos padrões que atraem os holofotes, francesa conquista primeiro Grand Slam: 'Se eu sonhei com um contrato de modelo? Não, me desculpe'
'Fora dos padrões', Bartoli comemora título inédito
no Grand Slam de Wimbledon (Foto: Getty Images)
Com o troféu em mãos, Marion Bartoli comemora, ainda na grama de Wimbledon, enquanto o apresentador John Overdale faz comentários para a emissora de rádio do canal BBC. “Você acha que o pai da Bartoli falou quando ela era pequena: ‘Você nunca vai ser bonita, você nunca vai ser uma Sharapova, então precisa ser dura e lutar’?”, ele pergunta. As palavras geraram polêmica, mas a francesa não desfez o sorriso. Aos 28 anos, com seu primeiro título de Grand Slam no currículo, a agora número 7 do mundo já se acostumou a seguir em frente em meio a musas e estrelas, sem festas ou holofotes. Há quem a considere, com 1,70m, baixa demais. Ou ainda quem enxergue alguns quilos em excesso. Bartoli admite fugir do perfil das musas que costumam atrair a mídia no circuito. Quando criança, se descobriu brilhante. Mas, mesmo com um quociente de inteligência (QI) superior aos de gênios como Albert Einstein, Platão e Bethoven, escolheu o caminho das quadras. No último sábado, a francesa se mostrou certeira: derrubou Sabine Lisicki e conquistou o seu primeiro título de Grand Slam. E, com simplicidade, diz estar satisfeita com sua aparência.- Eu tenho certeza de que conseguirei assistir ao DVD da partida várias vezes e olhar para a minha imagem com o troféu nos meus braços. Essa é a coisa mais importante para mim, não o que eu posso fazer fora da quadra. Não me importa, honestamente. Eu não sou loura, tudo bem. Esse é um fato. Se eu sonhei com um contrato de modelo? Não, me desculpe. Mas se eu sonhei com um título em Wimbledon? Absolutamente, sim. E partilhar esse momento com o meu pai foi fantástico e estou muito orgulhosa disso – disse a tenista, que havia sido vice-campeã no Grand Slam inglês em 2007 e surpreendeu no jantar de comemoração do título com um vestido curto e sapatos de salto alto. Bartoli nasceu em Retournac, uma aldeia de 2.700 habitantes no interior da França. Seu pai, Walter, um médico apaixonado por tênis, foi quem levou a menina para um pequeno ginásio local, aos seis anos. Foi também o primeiro a admitir que a filha “não era, em teoria, feita para estourar no mais alto nível”. A francesa também costuma dizer que, com menos altura e força física que as rivais, precisa fazer mais sacrifícios nos jogos. No ginásio de sua aldeia, Bartoli enfrentou suas primeiras dificuldades. A quadra local mal tinha recuo atrás da linha de saque. Por isso, a francesa precisava dar alguns passos à frente para não bater com a raquete na parede. Assim, se acostumou a jogar de forma agressiva, batendo com as duas mãos, inspirada em Monica Seles, dona de dez Grand Slams. Bartoli comemorou o título com o pai, Walter, nas arquibancadas (Foto: Agência AFP)
Àquela época, porém, Bartoli ainda não via o tênis como seu futuro. Em um teste, descobriu ter um QI de 175, maior que o de gênios como Platão (170), Beethoven (165), Albert Einstein, Bill Gates e Stephen Hawking (160). No colégio, era uma aluna aplicada e perfeccionista. Quanto tirava uma nota abaixo da máxima, encarava como uma “catástrofe”. - Só comecei a pensar em me tornar jogadora profissional aos 17 anos, quando fui campeã do US Open na categoria juvenil. Tinha mais facilidade na escola do que no tênis – disse uma vez. Seu pai resolveu treiná-la fora de qualquer estrutura da Federação Francesa de Tênis (FFT), o que não foi bem visto pelos dirigentes. No ano passado, não pôde participar dos Jogos Olímpicos de Londres, mesmo sendo a número um francesa, por conta de um desentendimento com a entidade. Mesmo em seu país, Bartoli nunca foi unanimidade. Durante toda a carreira, enfrentou problemas inclusive para conseguir patrocínios. Francesa costuma exibir um tênis agressivo nos
jogos (Foto: Agência Reuters)
- Sou número 11 do mundo, mas vou comprar meu material esportivo na loja – chegou a dizer a francesa em 2010. Apesar do incentivo do pai, a relação dos dois nunca foi tranquila. Entre idas e vindas, Bartoli passou a treinar com a ex-tenista Amelie Mauresmo, que tem um título em Wimbledon no currículo. A aposta deu certo. Em toda sua jornada em Londres, não perdeu um set sequer. - Honestamente, é um sentimento maravilhoso. Quero dizer, eu ainda não posso acreditar que acabei de vencer Wimbledon. Eu não posso acreditar que sou campeã de Wimbledon. Você sonha com isso todos os dias – disse. O título enche a francesa de confiança. Mas, ainda que não consiga mais nenhuma conquista à altura, Bartoli está satisfeita. - Sou campeã de Wimbledon. Ainda que eu não consiga outro título, vou continuar muito orgulhosa – disse.FONTE:http://sportv.globo.com/site/eventos/Wimbledon/noticia/2013/07/com-qi-de-genios-bartoli-despreza-padroes-nao-sou-loura-tudo-bem.html
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