Chamada de She-Ra pela torcida, Thaísa luta para ter bloqueio poderoso

A área de saque sempre reservou surpresas para Thaísa. Boas e ruins. Ouviu desde xingamentos das torcidas rivais, até apelidos que arrancaram risadas dela e das companheiras de equipe. Foi de Nazaré Tedesco a She-Ra. Passou de vilã de novela a heroína de desenho animado. Ela acha graça e confessa ter gostado de ser associada a uma personagem guerreira, que reflete o seu espírito dentro de quadra. Em pleno ano olímpico, a luta da central do Osasco é para melhorar os bloqueios e para controlar a veia crítica.

Integrante da equipe que conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Pequim-2008, Thaísa sonha estar novamente no alto do pódio em Londres. Quer tirar proveito da experiência adquirida nos últimos quatro anos para ajudar a equipe. Na temporada passada, mostrou regularidade, foi cotada ao prêmio de MVP do Grand Prix e acabou levando o de melhor saque do torneio
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- A luta de qualquer jogadora é pela evolução, mas em ano olímpico, principalmente, é para responder fisicamente. Desde a final da outra Superliga tenho uma lesão no ombro que ainda estou cuidando. Não é nada que tire o foco e que possa me prejudicar. Estou muito motivada e preocupada em melhorar muitas coisas. Sei atacar e sacar, mas preciso bloquear mais e tenho me dedicado a isso (é a 10ª maior bloqueadora da Superliga). Preciso melhorar também a forma de jogar e gritar, porque ainda há momentos em que fico séria e calada demais na quadra. Eu me cobro muito - disse.

Tanto, que nem mesmo sentada numa sala de cinema consegue se desligar do trabalho. Consegue achar defeito até mesmo quando atua bem.

- No cinema não paro de falar de uma determinada bola. No ano passado teve um jogo no qual marquei 16 pontos. Só que eu não tinha bloqueado tanto. Saí brava e meu namorado perguntou o motivo e eu disse que tinha jogado mal. Sabia que podia ser melhor e não via a hora de chegar o outro jogo para destruir quem estivesse do outro lado da rede. Eu também não consigo dormir antes de uma final. Sei que não é certo, que preciso ter alguns momentos sem pensar tanto no vôlei, mas sempre fui assim - ri.

Ansiosa declarada, a jogadora de 1,96m não vê a hora de ser convocada pelo técnico José Roberto Guimarães para o Pré-Olímpico Sul-Americano, torneio no qual o Brasil buscará a vaga olímpica depois de ter perdido a chance de se classificar na Copa do Mundo, em novembro do ano passado.  Apesar do quinto lugar na ocasião, Thaísa acredita que a seleção tem tudo para retomar os trilhos e brilhar em Londres.

- Tenho muita confiança na nossa equipe. No Grand Prix nós pecamos contra os Estados Unidos
(ficaram com a prata). Todas estavam no ápice lá, mas depois dali houve uma queda. Por causa do acúmulo de competições, todas estavam com muita dor. Acho que se apararmos as arestas e todas estiverem focadas e se cuidando, temos tudo para passar o rodo. Se todas estiverem na mesma pegada não vai ter para ninguém!

Antes disso, o objetivo é ajudar o Osasco a chegar a mais uma final da Superliga. A folga no carnaval será para retomar o fôlego e sambar um pouquinho também. Thaísa irá desfilar na Porto da Pedra, quinta escola de samba a entrar na Marquês de Sapucaí neste domingo. Não, ela não sairá vestida de She-Ra, mas não descarta a possibilidade para os próximos anos.

- Já pensei nisso e falei que vou fazer a fantasia e deixar no armário!  Eu gosto do apelido que nasceu lá numa partida que fizemos no Minas. Saquei rindo. Dizem que me chamam assim por causa do cabelão, do peitão e das pernas compridas como tem a She-Ra. Eu não posso reclamar, né? Ela é uma guerreira e ainda é bonita. É melhor do que Nazaré Tedesco. Nesse dia, eu ainda jogava no Rio de Janeiro e as meninas viraram rindo muito. E eu ria e pensava: "Agora virei uma assassina?!". Acho que essa foi a coisa mais estranha que ouvi na hora do saque - diverte-se.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2012/02/chamada-de-she-ra-pela-torcida-thaisa-luta-para-ter-bloqueio-poderoso.html