José Maria Marin é o quarto dos 14 indicados na investigação da Justiça americana a cumprir prisão domiciliar nos Estados Unidos, enquanto aguarda o julgamento de primeira instância. Os outros três são o ex-presidente da Traffic USA, Aaron Davidson; o ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf, Jeffrey Webb; e o empresário argentino dono da Torneos y Competencias, Alejandro Burzaco. Há ainda uma pessoa na mesma situação, mas em outro país: o paraguaio Nicolas Leoz, ex-presidente da Conmebol, no Paraguai.
Os empresários argentinos Hugo e Mariano Jinkins, da empresa de marketing Full Play Group SA foram liberados da prisão domiciliar na Argentina, mas são obrigados a não se afastar mais de 60km da corte e informar as autoridades se forem ficar mais de 24 horas fora de casa. Full Play, TyC e Traffic formaram a Datisa, empresa que quatro dias depois da fundação conseguiu os direitos sobre quatro edições da Copa América.
Na investigação da Justiça americana sobre corrupção no futebol mundial, sete dirigentes foram presos no dia 27 de maio em Zurique. Apenas Marin e Webb foram extraditados para os EUA. Os outros cinco ainda estão na prisão na Suíça: o venezuelano Rafael Esquivel, presidente da federação venezuelana; o nicaraguense Julio Rocha, mandatário da associação do seu país; o uruguaio Eugênio Figueiredo, ex-presidente da Conmebol; o costarriquenho Eduardo Li, presidente da federação da Costa Rica; e o inglês Costa Takkas, adido do ex-presidente da Concacaf, Webb.
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José Maria Marin está em seu apartamento
na Trump Tower, em Nova York
(Foto: Martin Fernandez)
Os valores de fiança variaram. Davidson gastou US$ 5 milhões, Webb pagou US$ 10 milhões, Marin teve de garantir o valor de US$ 15 milhões, e a conta para liberdade sob vigilância de Burzaco chegou a US$ 20 milhões. Os advogados de Davidson negociam um acordo de colaboração com a Justiça, o que poderia afetar diretamente o caso de Marin.
Entre estes quatro, Webb foi o que se mostrou mais frágil diante da mordida. Além de bens de familiares, teve de entregar carros, relógios, e até joias de sua esposa para deixar o cárcere. Depois, já cumprindo prisão domiciliar, teve o pedido de mudança para o estado da Georgia, onde tem residência, aceito. Alegou que não tinha mais condições de arcar com o custo de vida em Nova York e as despesas com a vigilância do FBI e de uma empresa privada aprovada pelo órgão americano - essa segurança inclui vigilância 24 horas do local onde estava em Nova York, escolta para audiências e reuniões com advogados, além de vigilância por GPS. Todos os que cumprem prisão domiciliar precisam arcar com esses custos e informar qualquer deslocamento por escrito ao FBI, mesmo no caso de uma consulta médica (há exceções para emergência) ou visita a uma igreja.
Marin chegou a Nova York na terça-feira:
fiança de US$ 15 milhões (Foto:
REUTERS/Lucas Jackson)
Coube à Justiça Federal da Suíça (FOJ, na sigla em inglês) arbitrar sobre qual pedido teria prioridade, já que os americanos não concordaram em abrir mão da extradição para o seu território. A decisão foi de concordar com o pedido americano. Todos eles, no momento, recorrem das decisões. Inicialmente, o recurso é feito na própria FOJ e há possibilidade ainda de um segundo recurso, à Suprema Corte, mas nesse caso seria necessário comprovar algum tipo de falha no processo.
Jack Warner se apresentou à polícia
em Trinidad e Tobago, mas está
solto em seu país (Foto: Andrea
de Silva/Reuters)
Dos dois acusados que continuam em liberdade, Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa, se entregou às autoridades em Trinidad e Tobago no mesmo dia em que os sete cartolas foram presos em Zurique, na Suíça - 27 de maio. Obteve fiança com pagamento de US$ 2,5 milhões. Chegou a passar uma noite na prisão. Warner, de 72 anos, também teve sua extradição para os EUA solicitada. Ele era deputado em Trinidad e Tobago, mas perdeu seu assento no Parlamento, de acordo com o "The Guardian". Ele foi banido pela Fifa por toda a vida de qualquer atividade relacionada ao futebol. Uma nova audiência sobre o seu caso deve acontecer em 2 de dezembro, em Trinidad e Tobago.
Por fim, José Marguilles, ou José Lázaro, continua em liberdade no Brasil. Ele teve alerta de pedido de prisão emitido no site da Interpol. Em entrevista ao GloboEsporte.com por telefone, publicada no dia 8 de setembro, ele afirmou:
- Facilitei alguma coisa, mas estou livre.
Nascido na Argentina e cidadão brasileiro desde 1973, ele é acusado de movimentar milhões de dólares entre empresas de marketing esportivo e facilitar o pagamento de propinas a dirigente de futebol. Ele foi o único a não ter sido preso ou ter se apresentado às autoridades após as acusações. E justificou:
- Estou citado, mas não tem nada contra mim.
Interpol colocou Margulies na lista de procurados:
empresário está no Brasil após o escândalo
(Foto: Reprodução)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol
-internacional/noticia/2015/11/caso-fifa-com
-marin-cinco-dos-14-indiciados-estao-em
-prisao-domiciliar.html