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- O vingador: astro do Nacional chegou
a parar de jogar e hoje é celebridade - Grêmio acumula estreantes, e tradição
do clube vira trunfo contra ansiedade
A partida de estreia de Nacional-URU e Grêmio na fase de grupos da Libertadores fora marcada apenas para as 22h15m de quinta-feira, mas há um torcedor ilustre já a postos para o combate. Sentado com visão perfeita para o centro do bem cuidado gramado do Parque Central está Carlos Gardel. Ou melhor, uma estátua em tamanho real, alvo de cliques apressados de turistas e curiosos. E, claro, fruto da polaridade entre tricolores e carboneros.
A figura de Carlos Gardel, referência em tudo que se pode falar e cantar de tango argentino e que viveu até 1935, é, por definição, controversa. Desde o nascimento. Correm, tensas, duas vertentes divergentes. Uma jura que ele nasceu na francesa Toulose. Os uruguaios, no entanto, creem que o astro veio ao mundo na modesta Tacuarembóm, um estado do país. E dentro do próprio Uruguai há ruído. Seria Gardel Nacional ou Peñarol? Para marcar terreno, surgiu a ideia dos tricolores de fazer essa estátua. Até o banco é réplica do original usado na época.
Carlos Gardel ganhou estátua há cerca de seis
meses no Parque Central (Foto: Lucas
Rizzatti/GloboEsporte.com)
Chamado por muitos de Vovô das Américas, o Parque Central se mostra um velhinho sábio. Inaugurado em 1900, é o estádio mais antigo do continente, palco da Copa do Mundo de 1930, mas que segue antenado nas modernidades. Vem recebendo reformas constantes. O setor Héctor Scarone (lendário avante uruguaio), por exemplo, em que os 600 gremistas ficarão, é um dos que foram remodelados recentemente. Diante do Oriente Petrolero, há uma semana, foi inaugurado novo espaço atrás de uma das bandeiras de escanteio, no qual cabem mais dois mil torcedores.
Espaço destinado aos cerca de 600 gremistas
(Foto: Lucas Rizzatti/GloboEsporte.com)
(Foto: Lucas Rizzatti/GloboEsporte.com)
O Parque Central, que recebeu primeira grande ampliação nos anos 1940, é, em suma, um estádio testemunha da própria história do futebol. E que preocupa o Grêmio. Não à toa que o Nacional vem usando-o cada vez mais em detrimento do amplo e não menos lendário Centenário. Tudo pela pressão de seus 30 mil fãs.
- Pode ser um tema a ser debatido. Porque, em nível econômico, seguramente é melhor jogar no Centenário (hoje com capacidade de 65 mil pessoas), mas, enquanto espetáculo e pressão, o Parque é um caldeirão e nos ajuda. Nos coloca para cima dos rivais - explica Iván Alonso, artilheiro e maior destaque do time de Gerardo Pelusso.
- É um estádio com a cara da Libertadores - resumiu o volante gremista Ramiro, consciente dos apupos que o tricolor gaúcho sofrerá na quinta-feira.
A começar por Gardel. Ele já está lá. Sentado. Esperando para ver mais um rival dançando tango.
Caberá ao Grêmio atravessar o passo e fazer a sua história no Vovô das Américas.
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