Em João Pessoa, Andressa comemora conquista no Mundial sub-19, na cidade do Porto, Portugal (Foto: Lucas Barros / GloboEsporte.com/pb)
Quando começou a dar os primeiros saques aos nove anos, Andressa treinava na quadra. Naquela época, tinha como inspiração a ponteira Paula Pequeno.
Mas depois que foi para as areias, os espelhos de futuras conquistas para a garota de 17 anos passaram a ser outros: o conterrâneo Álvaro Filho e o medalhista de ouro nos Jogos de Atenas em 2004, o baiano Ricardo - radicado na capital paraibana.
- Acompanho mais o masculino do que o feminino. Então, Álvaro Filho, Ricardo, que treinam conosco em João Pessoa, eu observo muito o jeito deles, como a forma de treinar. Observo muito mesmo. Me espelho neles para conseguir mais resultados expressivos. Meu sonho é ser uma campeã olímpica agora. Espero estar listada para 2020 e conseguir um título para o Brasil - disse a paraibana empolgada, que venceu o Mundial sub-19 ao lado da sergipana Duda.
Para o técnico de Andressa, na Paraíba, Ricardo Hugo, estatisticamente quase todos os atletas que foram campeões mundiais nas categorias de base, alcançaram uma estabilidade profissional e o auge posteriormente. Ele cita como exemplo Bárbara Seixas e Pedro Solberg.
- Hoje, Bárbara e Pedro disputam o Circuito Mundial adulto. Então, é de grande importância esse título no começo da carreira. Já era um sonho nosso, um sonho da nossa equipe, fazer com que uma jogadora tivesse uma conquista tão importante. É uma satisfação para toda equipe - comentou Ricardo Hugo.
- É uma conquista muito importante ser campeã na base. Todos que conseguiram chegar lá em cima tem um título desse no começo. Acho que isso só mostra mais sobre o meu futuro. Se eu continuar lutando, treinando, esforçando, acredito que ótimas coisas podem vir pelo caminho - emendou a paraibana.
Andressa com o técnico Ricardo Hugo, na
Praia do Cabo Branco (Foto: Lucas
Barros / GloboEsporte.com/pb)
A próxima competição de Andressa será o Circuito Brasileiro sub-23, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A paraibana vai disputar o torneio ao lado da carioca Paula Hoffmann.
- Espero ser campeã, fazer o melhor possível. E também olhar os próximos campeonatos que tem. Espero jogar as competições adultas, encontrar uma parceira para jogar os regionais, nacionais e ir crescendo nos torneios para evoluir cada vez mais.
Antes de subir ao lugar mais alto do pódio no Mundial sub-19, a atleta tinha como principais títulos as quatro etapas, duas com Paula Hoffmann e duas ao lado de Duda, dos Jogos Sul-Americanos da Juventude neste ano.
Andressa foi campeã mundial sub-19 ao
lado da sergipana Duda
(Foto: Divulgação / FIVB)
Equipe cangaço
Em busca de muitos títulos, Andressa carrega as tradições do Nordeste na bagagem para trazer energias positivas. É o caso do cangaço, que transformou-se até em apelido para a equipe da jogadora durante os treinamentos na Praia do Cabo Branco, em João Pessoa.
- Temos que se dedicar muito nos treinamentos. O sol é sempre forte, então temos que nos sacrificar bastante. Por isso, tenho o apoio de toda comissão técnica, do meu preparador físico Rossini Freire para poder suportar as atividades. Então, surgiu esse lance de cangaço como as pessoas do Nordeste que se esforçam muito para lutar, no meu caso, pelos títulos - comentou.
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E o treinador Ricardo Hugo confirma:
- A gente brinca muito com essa história de lampião por nós sermos paraibano e ter que ralar muito, de sofrer com o sol. Criamos essa ideia de cangaceiro, de pessoal batalhador, que sempre lutou. E mesmo com poucas oportunidades, estamos trabalhando e trazendo esses títulos para o Estado - concluiu.
Andressa sonha estar listada para as
Olimpíadas de 2020 (Foto: Divulgação
/ FIVB)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/pb/noticia/2014/08/campea-mundial-sub-19-andressa-sonha-com-ouro-olimpico-em-2020.html