Encarar uma onda do tamanho de um prédio não é para qualquer surfista, nem para qualquer pai de surfista. A preocupação com os filhos é normal, e aumenta quando eles resolvem praticar um esporte perigoso. Apesar disso, o ex-deputado Fernando Gabeira diz não perder o sono com o trabalho da filha Maya, especialista em ondas gigantes. O único motivo de dor de cabeça é as condições do tempo.
- Acompanhei o período que ela começou a surfar, ela participou de competições bem clássicas. Depois, quando ela começou a surfar onda grande, ela fez no exterior. Não fico muito preocupado não, quando sei que é um swell, na noite anterior, fico esperando a notícia que ela dá depois - disse o político.
Grande incentivador do trabalho de Maya, Fernando Gabeira sabe dos perigos que a filha, surfista desde os 14 anos, corre ao encarar as ondas. Ele revela que chegou a duvidar de sua capacidade, mas foi convencido por outros atletas do talento de Maya.
- Às vezes, duvidei: "Será que essa menina realmente pega essas ondas?". Mas, depois via depoimentos de pessoas que estiveram com ela e fui percebendo realmente que ela era talentosa para isso.
Fernando Gabeira diz não se preocupar com trabalho da filha (Reprodução SporTV)
- Ainda bem que tenho pessoas a minha volta que têm outras carrerias e interesses, outras coisas para contribuir à minha vida. Considero minha mãe e meu pai muito guerreiros, muito trabalhadores. Acho que meu pai sempre acreditou muito no que ele faz e ele luta pelos ideais dele. Acho que faço isso no surfe também, por ser um esporte muito masculino, perigoso. O esporte é muito de momento curto, mas que a gente trabalha muito por aquele momento e ele vive para sempre - disse Maya.
Um desses momentos aconteceu em 2007, quando a Maya passou por apuros no Taiti. O incidente na Barreira de Teahupoo mudou a vida da surfista que foi atingida por uma série de ondas e precisou ser resgatada.
Maya Gabeira surfa marolas em dia de treinamento no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução SporTV)
Em novembro de 2007, Maya Gabeira viajou para uma temporada de surfe na Polinésia Francesa. Mas, logo na primeira descida, a surfista perdeu o controle e sofreu uma queda. Conhecida como Praia dos Crânios Quebrados, as ondas de Teahupoo, são consideradas as mais perigosas do mundo. Após o acontecido, Maya avisou o pai que estava bem.
- Ela me ligou porque ia passar na televisão, foi uma coisa de grande dimensão. Então, quando ela me avisou, fiquei tranquilizado. Quando vi na televisão, realmente era assustador, mas já sabia que ela estava bem - lembrou Gabeira.
Apenas os big riders mais experientes conseguem o equilíbrio necessário entre preparo físico e psicológico para entrar no mar e descer uma onda gigante depois de um acidente. Nem sempre eles conseguem e, para isso, a carioca conta com a ajuda de Carlos Burle, referência no esporte.
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- Às vezes estou com muito medo e ele me ajuda a entender se o medo é real ou se é uma coisa da minha cabeça, se dá para superar, se não dá. É ver até onde vale a pena se expor pelo resultado e quando você tem que recuar, assistir e aprender - disse Maya.- Conheça Marco Giorgi, surfista caçador de ondas diferentes
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Treinador de Maya, Burle ajudou a construir a carreira da surfista campeã do XXL 2012, o Oscar do surfe. A experiência do pernambucano ajuda Maya a superar seus receios e saber que precisa se precaver. Carlos Burle acredita no potencial da carioca e revela que ela precisa fazer o que gosta, sem ligar para o que podem falar sobre isso.
- Acho que a Maya gosta de chocar o pessoal. Se você estiver feliz com a sua vida, se divertindo dentro da tua profissão, acho que é isso que acontece com ela, ela tem que parar de escutar as outras pessoas: "Você não pode ir, você é mulher". Faz o que você está a fim - afirmou Burle.
Carlos Burle e seus pupilos Maya Gabeira e Pedro Scooby em dia de treinamento (Reprodução SporTV)
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/programas/zona-de-impacto/noticia/2013/04/exemplo-para-big-rider-gabeira-diz-nao-se-preocupar-com-filha-no-mar.html