Bulls vencem em dia de vaias para o anfitrião Nenê e aplausos para Oscar
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Bulls vencem em dia de vaias para o anfitrião Nenê e aplausos para Oscar


Primeiro jogo da NBA no Brasil encanta o público, que não perdoa a relação distante de Nenê com a seleção e ovaciona presença do Mão Santa

Por Rio de Janeiro

Nenê basquete jogo NBA Bulls x Wizards (Foto: Marcelo Carnaval / Ag. O Globo) 
 Nenê tenta parar o rinal no jogo entre Bulls x Wizards
(Foto: Marcelo Carnaval / Ag. O Globo)
 
Oscar não era uma das estrelas em quadra nem nunca jogou na NBA. Mas emocionou e roubou a cena na primeira partida da Liga Americana de Basquete no Brasil. Ovacionado e aplaudido de pé, o Mão Santa sentiu, mais uma vez, todo o carinho dos torcedores. Já Nenê, o anfitrião da festa, percebeu que o "não" para a seleção brasileira ainda está recente na cabeça dos torcedores. Vaiado, Nenê ficou apenas pouco mais de 20 minutos em quadra, acertou só um dos seis arremessos e ficou sentado no banco de reservas durante todo o último quarto assistindo à derrota dos Wizards para o Chicago Bulls por 83 a 81, neste sábado, na Arena da Barra, no Rio de Janeiro, em partida válida pela pré-temporada 2013 da NBA.

O dilema de Nenê, que recusou a última convocação para a seleção brasileira que passou vexame na Copa América, começou antes mesmo de a partida começar. Chamado para agradecer a presença do público, ele foi vaiado. E ficou sem graça. Ao contrário do francês Joaquim Noah, que arranhou o português com um "obrigado" e foi aplaudido.

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No outro extremo estava Oscar. O maior jogador brasileiro de todos os tempos foi reverenciado ao surgir no ginásio. Antes do fim do primeiro quarto, ele se dirigiu ao centro da quadra para ser homenageado pelo público. Aplausos de pé, nome gritado e muita emoção. No fim, o tradicional desabafo contra os jogadores que se recusam jogar pela seleção brasileira por causa da NBA.
- É muito bom ser reconhecido pelo público. É emocionante. Só precisamos fazer uma seleção brasileira melhor, como parecia que estávamos fazendo. Mas infelizmente se os NBA não jogam, nós não ganhamos de ninguém. Não ganha nem da Jamaica - comentou Oscar.

Oscar jogo NBA Bulls e Wizards (Foto: Thiago Lavinas) 
Oscar é aplaudido de pé pelo público durante o jogo da NBA entre Bulls e Wizards
 (Foto: Thiago Lavinas)
 
Um pouco antes da partida, uma notícia decepcionou as 13.365 pessoas presentes no ginásio.
Derrick Rose e Joakim Noah, os dois principais jogadores do Chicago Bulls, não entrariam em quadra. Primeira escolha do draft em 2008, calouro do ano em 2009 e MVP (jogador mais valioso da temporada em 2011), Rose foi poupado já que volta de uma lesão no joelho que o tirou de toda a última temporada da NBA. Já Noah, que treinou toda a semana, está com um problema muscular.

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Mas o público logo esqueceu as ausências. E começou a torcer no "estilo NBA". Era o momento do "showtime". Gritos de "defense", palmas no ritmo da música. O placar pouco parecia importar. Os fãs queriam ver jogadas bonitas e aquelas gravadas que tanto encantavam pela TV. Carlos Boozer enterrou. Nazr Mohammed, também. E o público ia ao delírio. Martell Webster arrancou e fez uma cesta daquelas plásticas. Mais aplausos. Em uma disputa de bola, Luol Deng se enrolou e caiu em cima dos torcedores que pagaram R$ 2 mil para sentar-se na primeira fileira, uma cena comum nos jogos da NBA. Risada geral.

basquete jogo NBA Bulls x Wizards (Foto: Marcelo Carnaval / Ag. O Globo) 
Taj Gibson enterra a bola durante a vitória dos Bulls
(Foto: Marcelo Carnaval / Ag. O Globo)
 
A partida só parecia importar quando Nenê pegava na bola. E não tinha apoio. Faltando 2m27s no segundo quarto, o brasileiro foi cobrar dois lance livres. Ainda estava zerado no jogo. Na primeira tentativa foi muito vaiado pelo público. Errou. Veio uma comemoração irônica. No segundo lance livre, o brasileiro acertou. E o ginásio ficou em silêncio. Um minuto depois, o camisa 42 dos Wizards foi novamente para dois lances livres. Vieram as vaias, mas ganhou também aplausos com os dois acertos. Ele terminou o primeiro tempo com três pontos e cinco rebotes. Os Bulls foram para o vestiário em vantagem: 44 a 35.

A bola subiu novamente e o cenário não mudou. Os Bulls dominavam o placar, e o público se divertia. Na plateia, Scottie Pippen, astro do Chicago na década de 90 e seis vezes campeão da NBA, distribuia autógrafos para crianças a cada intervalo. John Paxson e Horace Grant também eram reconhecidos pelos fãs dos Bulls. Camisas eram jogadas para os torcedores. Em quadra, o desconhecido pivô Serafim enterrava para os Wizards. Comemoração. E quando Bradley Beal fez uma falta em Taj Gibson, enquanto ele corria livre para a cesta, veio o protesto. Afinal, os fãs queriam festa. E o terceiro quarto terminava com os Bulls mantendo a vantagem: 73 a 62.

Benny mascote do Bulls jogo NBA Wizards (Foto: Thiago Lavinas) 
Benny, o mascote dos Bulls (Foto: Thiago Lavinas)
 
Veio o último quarto. Benny, o touro dos Bulls, fazia gracinha para as crianças, que riam e nem prestavam atenção na partida. G-Wiz, o mascote azulão dos Wizards, também conquistava os baixinhos neste dia dedicado a eles. Aparecer no telão também era uma comemoração à parte. Para os adultos, a diversão acontecia quando as cheerleaders apareciam em quadra cheias de coreografias. As "Wizards Girls" chegaram até dançar ao som de “Show das Poderosas”, música da funkeira brasileira Anitta, deixando muitos babando como diz a letra.

cheerleaders jogo NBA Bulls x Wizards (Foto: Marcelo Carnaval / Ag. O Globo) 
cheerleaders dançando durante a partida entre Bulls e Wizards
(Foto: Marcelo Carnaval / Ag. O Globo)
 
Não era apenas Nenê quem estava em uma noite apagada. John Wall, principal jogador do Washington, também fazia uma partida bem abaixo do esperado. Foram só três pontos, cinco assistências, seis rebotes e quatro erros. Quem compensava era o armador Bradley Beal, que marcou 16 pontos e foi o cestinha de Washington. Com os reservas dos reservas em quadra, o Chicago permitiu a reação dos Wizards, que chegaram a virar a partida faltando 5m41s para o fim: 79 a 77.

O jogo ficou equilibrado até os segundos finais, com os dois times se alternando à frente no placar. Mas Taj Gibson chamou a responsabilidade e decidiu para os Bulls ao acertar dois lances livres, pegar um rebote defensivo e dar um toco, tudo no último minuto. O ala, que terminou a partida como o cestinha com 18 pontos, fez os dois últimos pontos do duelo: 83 a 81. Agora é esperar que a NBA volte em breve ao Brasil como prometeu Adam Silver, o futuro chefão da liga americana de basquete.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/basquete/noticia/2013/10/bulls-vencem-em-dia-de-vaias-para-o-anfitriao-nene-e-aplausos-para-oscar.html



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