O peso da primeira Copa do Mundo não parece intimidá-los. Nem o fato de carregarem o número 10 de suas seleções às costas. Aos 22 anos, encaram a responsabilidade de conduzir Brasil e Colômbia. Prodígios, sim, mas gigantes e alicerces de suas equipes. Com eles, e muito por causa deles, os times estão nas quartas de final. Nesta sexta-feira, às 17h (de Brasília), a Arena Castelão vai abrigar dois dos principais jogadores do Mundial. Na única vez em que se enfrentarão nesta edição, só um seguirá. Será dia de ver Neymar e James Rodríguez. Será o dia da prova dos 10.
Trata-se do grande momento da carreira de ambos até aqui. Apesar de jogarem em ligas importantes da Europa – Espanha e França, respectivamente –, Neymar e James escrevem novos e importantes capítulos nesta Copa. Com números parecidos na competição, foram destaques na primeira fase e nas oitavas de final. Agora, é chegada a hora de subir mais um degrau, e os olhos do mundo estarão sobre eles.
Principal jogador do Brasil, Neymar tem quatro gols na Copa – mesmo número de Messi, da Argentina, e Thomas Müller, da Alemanha. Os jogos contra a Croácia, na abertura, e Camarões, no encerramento da fase de grupos, foram os melhores dele. Em ambos, marcou dois gols e acabou eleito o craque. Na dramática partida contra o Chile, nas oitavas, mostrou frieza para converter sua cobrança na disputa de pênaltis. O astro brasileiro ainda não deu nenhuma assistência.
James Rodríguez é o retrato de uma Colômbia que surpreende. Sua seleção venceu as quatro partidas que disputou, contra Costa do Marfim, Grécia e Japão no Grupo C, e Uruguai nas oitavas. Fez gols em todos os jogos da seleção no Brasil: de cabeça contra os marfinenses (2 a 1); de dentro da área, colocado, diante dos gregos (3 a 0); tocando com classe por cima do goleiro depois de deixar o marcador no chão frente aos japoneses (4 a 1); e os dois contra os uruguaios: o primeiro, um golaço de fora da área após dominar no peito e não deixar a bola cair. o segundo, de cabeça. Além disso, tem duas assistências. Dos 11 gols da Colômbia, teve participação direta em sete. Foi eleito o melhor em campo em todas as partidas que disputou.
Precoces e talentosos
Aos 22 anos e quatro meses, Neymar chega a sua primeira Copa do Mundo com uma responsabilidade gigantesca. O atual camisa 10 persegue a mais importante conquista da carreira e começou o Mundial com números melhores do que Ronaldo Fenômeno há 16 anos. Em 53 jogos, foi titular em todos. Ele é o artilheiro do Brasil no ciclo entre 2010 e 2014 e maior goleador da Seleção neste século. Até o momento, foram 35 gols. Com 21 assistências, Neymar também é o maior garçom desde a última Copa, apesar de ainda não ter dado um passe a gol sequer no Mundial de 2014.
No quesito títulos, Neymar tem dois Superclássicos das Américas, em 2011 e 2012, e a recente conquista da Copa das Confederações, ano passado, no Brasil. Na ocasião, o camisa 10 foi o craque do torneio, com atuações de gala.Titular do Barcelona, Neymar viveu altos e baixos em sua primeira temporada na Espanha. Foram 17 gols nas 45 vezes em que entrou em campo: 0,37 por partida. O brasileiro foi a contratação mais cara da história do clube – os números nunca foram detalhados, mas giram entorno de € 100 milhões (R$ 300 milhões).
James nasceu em 12 de julho de 1991 – ou seja, fará 23 anos um dia antes da final da Copa no Brasil – e começou a carreira profissional cedo, com 15 anos. Disputou partidas do Campeonato Colombiano depois de ser descoberto pelo Envigado. Em 2007, vestiu a camisa 10 da Colômbia no Mundial sub-17 e nos Jogos Pan-Americanos. Tinha de 15 para 16 anos.
O posto de craque da Colômbia caiu nas mãos de James depois da lesão do atacante Falcao García, que ficou fora do Mundial por causa de uma grave lesão no joelho esquerdo. Ao lado do atacante, Rodríguez joga no Monaco, da França, já o seu quarto clube na carreira. Depois do Envigado, atuou pelo Banfield, da Argentina, de onde se transferiu para o Porto, de Portugal. Em 2010, disputou a Libertadores pela equipe argentina. Fez cinco gols em sete jogos e acabou eliminado nas oitavas de final pelo Inter, que seria campeão. No jogo da volta, no Beira-Rio, foi expulso na derrota por 2 a 0. Antes, no de ida, marcara um na vitória de 3 a 1.
Assim como Neymar, sua precocidade impressiona. Em 2011, quando ainda disputava torneios sub-20 pela Colômbia, estreou com a seleção principal – vitória de 2 a 1 sobre a Bolívia, em La Paz. À época, já estava no Porto, onde estreara com gol, no ano anterior, em empate com o Ajax. Em 2013, foi vendido pelo clube português ao Monaco por cifras milionárias: € 45 milhões (cerca de R$ 135 milhões). Na temporada 2013/2014, disputou 38 jogos pelo clube francês, marcando dez gols e ajudando a equipe a alcançar a segunda colocação no Campeonato Francês e a retornar à Liga dos Campeões.
Nesta Copa, ambos disputaram quatro partidas. Neymar ficou mais tempo em campo: 369 minutos contra 309 de James, uma hora de diferença – o técnico Jose Pekerman poupou oito titulares contra o Japão, e o camisa 10 colombiano entrou apenas na etapa final. O brasileiro também desarmou mais: 19 contra 15. Nos chutes, estão rigorosamente iguais: 15 tentativas cada. O camisa 10 do Brasil percorreu uma distância maior que o camisa 10 da Colômbia: 40,8 quilômetros contra 36 de James.
Primeiro encontro: empate, assistência, gol e pênalti perdido
Niño Maravilha, como James é chamado em seu país, tem a chance de fazer história na sexta-feira. Ele nunca viu, por exemplo, a Colômbia vencer o Brasil. A última vitória colombiana no duelo ocorreu um dia após o nascimento do craque, na Copa América de 1991. Na ocasião, a seleção brasileira perdeu por 2 a 0.
James, porém, já teve a oportunidade de enfrentar, não só o Brasil, como também Neymar. O encontro ocorreu em novembro de 2012, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Na ocasião, o amistoso, que terminou empatado em 1 a 1, teve o brilho dos dois jovens talentos.
A Colômbia saiu na frente com Cuadrado – outro destaque desta Copa –, após passe açucarado de James. A Seleção empatou com Neymar, depois de linda jogada individual do então jogador do Santos. O brasileiro, no entanto, deixou o campo com um gosto amargo: isolou uma cobrança de pênalti que poderia ter selado a vitória brasileira (assista aos principais lances da partida no vídeo acima).
Desencontros na base
A diferença de idade entre James e Neymar é de apenas sete meses. Curiosamente, no entanto, os dois não duelaram nas categorias de base em jogos oficiais. O colombiano disputou o Mundial sub-17 em 2007, e o brasileiro participou da edição de 2009. Dois anos depois, ao lado de Lucas e Oscar, Neymar comandou a Seleção no título do Sul-Americano sub-20. O torneio assegurou ao Brasil uma vaga no Mundial da categoria, no mesmo ano, na Colômbia.
Ausência no torneio continental, James Rodriguez foi chamado para o Mundial e se destacou com três gols, levando os colombianos às quartas de final. O Brasil foi campeão, mas sem Neymar, que já estava com a equipe principal, na mesma época, na Copa América da Argentina. O grande encontro, portanto, ficou para o cenário maior: a Copa do Mundo de 2014.
A previsão antes da Copa apontava que o brilho de um jovem, que veste uma camisa amarela de número 10 e é dono de um futebol encantador, apareceria de vez para o mundo. Por sorte, eles são dois. Por azar, um deles só chegará até parte do caminho.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/07/brasil-x-colombia-prova-dos-10-dos-gigantes-e-prodigios-neymar-e-james.html
Trata-se do grande momento da carreira de ambos até aqui. Apesar de jogarem em ligas importantes da Europa – Espanha e França, respectivamente –, Neymar e James escrevem novos e importantes capítulos nesta Copa. Com números parecidos na competição, foram destaques na primeira fase e nas oitavas de final. Agora, é chegada a hora de subir mais um degrau, e os olhos do mundo estarão sobre eles.
Principal jogador do Brasil, Neymar tem quatro gols na Copa – mesmo número de Messi, da Argentina, e Thomas Müller, da Alemanha. Os jogos contra a Croácia, na abertura, e Camarões, no encerramento da fase de grupos, foram os melhores dele. Em ambos, marcou dois gols e acabou eleito o craque. Na dramática partida contra o Chile, nas oitavas, mostrou frieza para converter sua cobrança na disputa de pênaltis. O astro brasileiro ainda não deu nenhuma assistência.
James Rodríguez é o retrato de uma Colômbia que surpreende. Sua seleção venceu as quatro partidas que disputou, contra Costa do Marfim, Grécia e Japão no Grupo C, e Uruguai nas oitavas. Fez gols em todos os jogos da seleção no Brasil: de cabeça contra os marfinenses (2 a 1); de dentro da área, colocado, diante dos gregos (3 a 0); tocando com classe por cima do goleiro depois de deixar o marcador no chão frente aos japoneses (4 a 1); e os dois contra os uruguaios: o primeiro, um golaço de fora da área após dominar no peito e não deixar a bola cair. o segundo, de cabeça. Além disso, tem duas assistências. Dos 11 gols da Colômbia, teve participação direta em sete. Foi eleito o melhor em campo em todas as partidas que disputou.
Precoces e talentosos
Aos 22 anos e quatro meses, Neymar chega a sua primeira Copa do Mundo com uma responsabilidade gigantesca. O atual camisa 10 persegue a mais importante conquista da carreira e começou o Mundial com números melhores do que Ronaldo Fenômeno há 16 anos. Em 53 jogos, foi titular em todos. Ele é o artilheiro do Brasil no ciclo entre 2010 e 2014 e maior goleador da Seleção neste século. Até o momento, foram 35 gols. Com 21 assistências, Neymar também é o maior garçom desde a última Copa, apesar de ainda não ter dado um passe a gol sequer no Mundial de 2014.
James nasceu em 12 de julho de 1991 – ou seja, fará 23 anos um dia antes da final da Copa no Brasil – e começou a carreira profissional cedo, com 15 anos. Disputou partidas do Campeonato Colombiano depois de ser descoberto pelo Envigado. Em 2007, vestiu a camisa 10 da Colômbia no Mundial sub-17 e nos Jogos Pan-Americanos. Tinha de 15 para 16 anos.
O posto de craque da Colômbia caiu nas mãos de James depois da lesão do atacante Falcao García, que ficou fora do Mundial por causa de uma grave lesão no joelho esquerdo. Ao lado do atacante, Rodríguez joga no Monaco, da França, já o seu quarto clube na carreira. Depois do Envigado, atuou pelo Banfield, da Argentina, de onde se transferiu para o Porto, de Portugal. Em 2010, disputou a Libertadores pela equipe argentina. Fez cinco gols em sete jogos e acabou eliminado nas oitavas de final pelo Inter, que seria campeão. No jogo da volta, no Beira-Rio, foi expulso na derrota por 2 a 0. Antes, no de ida, marcara um na vitória de 3 a 1.
Nesta Copa, ambos disputaram quatro partidas. Neymar ficou mais tempo em campo: 369 minutos contra 309 de James, uma hora de diferença – o técnico Jose Pekerman poupou oito titulares contra o Japão, e o camisa 10 colombiano entrou apenas na etapa final. O brasileiro também desarmou mais: 19 contra 15. Nos chutes, estão rigorosamente iguais: 15 tentativas cada. O camisa 10 do Brasil percorreu uma distância maior que o camisa 10 da Colômbia: 40,8 quilômetros contra 36 de James.
Primeiro encontro: empate, assistência, gol e pênalti perdido
James, porém, já teve a oportunidade de enfrentar, não só o Brasil, como também Neymar. O encontro ocorreu em novembro de 2012, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Na ocasião, o amistoso, que terminou empatado em 1 a 1, teve o brilho dos dois jovens talentos.
A Colômbia saiu na frente com Cuadrado – outro destaque desta Copa –, após passe açucarado de James. A Seleção empatou com Neymar, depois de linda jogada individual do então jogador do Santos. O brasileiro, no entanto, deixou o campo com um gosto amargo: isolou uma cobrança de pênalti que poderia ter selado a vitória brasileira (assista aos principais lances da partida no vídeo acima).
Desencontros na base
A diferença de idade entre James e Neymar é de apenas sete meses. Curiosamente, no entanto, os dois não duelaram nas categorias de base em jogos oficiais. O colombiano disputou o Mundial sub-17 em 2007, e o brasileiro participou da edição de 2009. Dois anos depois, ao lado de Lucas e Oscar, Neymar comandou a Seleção no título do Sul-Americano sub-20. O torneio assegurou ao Brasil uma vaga no Mundial da categoria, no mesmo ano, na Colômbia.
Ausência no torneio continental, James Rodriguez foi chamado para o Mundial e se destacou com três gols, levando os colombianos às quartas de final. O Brasil foi campeão, mas sem Neymar, que já estava com a equipe principal, na mesma época, na Copa América da Argentina. O grande encontro, portanto, ficou para o cenário maior: a Copa do Mundo de 2014.
A previsão antes da Copa apontava que o brilho de um jovem, que veste uma camisa amarela de número 10 e é dono de um futebol encantador, apareceria de vez para o mundo. Por sorte, eles são dois. Por azar, um deles só chegará até parte do caminho.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/07/brasil-x-colombia-prova-dos-10-dos-gigantes-e-prodigios-neymar-e-james.html