O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, disse que não reconhece como legítimo o governo de Michel Temer, presidente interno do Brasil, após o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff.
O chanceler garantiu que o governo uruguaio, sócio do Brasil no Mercosul, não tem intenção de reconhecer Temer como mandatário do Brasil. Para Novoa, a instabilidade do país poderá afetar as relações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia.
Antes do Uruguai, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, já havia pedido que o embaixador do país retornasse a Caracas, como forma de protesto ao Golpe que sofreu a presidenta eleita Dilma Rousseff.
O secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, mantém a postura crítica e de questionamento público à legitimidade do governo Temer. O chanceler já se indispôs com José Serra, novo Ministro das Relações Exteriores de Michel Temer.
O ex-presidente da Colômbia se negou a responder manifestação do tucano sobre a entidade sul-americana. "Não tem por que um ex-presidente e secretário-geral da Unasul responder a um chanceler interino", disse.
Serra tem sido alvo de críticas em toda a América do Sul. Um diplomata ouvido pelo jornal Valor Econômico - aqui conhecido como
PiG cheiroso - disse que o tucano vai adotar um protagonismo maior à frente do Itamaraty, se comparado com seus antecessores.
As premissas de Serra, no entanto, não o tornam referência no continente. "Ele é um político, ele é do PSDB, logo não é muito simpático à Venezuela. E ele também tem uma conta no Facebook. Nós nunca tivemos um ministro que se manifestasse sobre seu trabalho por meio de sua conta pessoal", afirmou o diplomata.