Reinício da temporada europeia é a 'reta final' para craques convencerem votantes de que merecem desbancar Messi na escolha de melhor do mundo
Melhor jogador, chuteira de bronze e campeão da Copa das Confederações: prêmios podem pesar na eleição da Fifa (Foto: Agência Getty Images)
O GLOBOESPORTE.COM ouviu representantes de todos os setores que compõem o colégio eleitoral da Bola de Ouro da Fifa para ter uma ideia do que pode pesar no convencimento de quem vota para o evento, que deve acontecer em janeiro de 2014, em Zurique, na Suíça.
O narrador Cléber Machado, da TV Globo, por exemplo, é o único jornalista brasileiro responsável por indicar três nomes para a eleição. Desde 2010, quando o prêmio passou a ser organizado pela Fifa em conjunto com a revista “France Football”, ele aponta os destaques da temporada. E a receita para ser agraciado está na ponta da língua.
- Jogar muito, claro. Ser decisivo na sua equipe, conquistar títulos ou participar das fases decisivas das competições.
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Em 2011 e 2012, o argentino Messi foi apontado pelo jornalista como o melhor do planeta. Em 2010, por causa do bom desempenho da Espanha na Copa da África do Sul, Cléber Machado escolheu os espanhóis Xavi e Iniesta como os destaques daquela temporada. Sneijder foi seu terceiro indicado por ajudar a Holanda a ficar com o vice-campeonato mundial.- ENQUETE: Quem merece levar a Bola de Ouro?
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E é justamente a opinião quase unânime de quem acompanha a eleição da Fifa: Copa do Mundo e Liga dos Campeões fazem a diferença no momento da escolha.
- O campeonato que decide mesmo a Bola de Ouro é a Liga dos Campeões. Ou a Copa do Mundo. Lamentavelmente, os nossos campeonatos, Brasileirão e mesmo Libertadores, têm menos visibilidade e menos peso consequentemente. E, na boa, ultimamente, para tirar o prêmio do Messi, haja bola dos concorrentes - afirmou Cléber Machado.
Messi posa com as quatro bolas de ouro que conquistou nos últimos anos (Foto: Reprodução L'Equipe)
O pleito da Fifa foi criado em 1991. E o primeiro jogador a ser agraciado em ano de Copa do Mundo foi o brasileiro Romário, em 1994. Quatro anos depois, em 1998, o francês Zidane levou a honraria. Nos anos seguintes, não foi diferente. Ronaldo foi o destaque em 2002, e o italiano Cannavaro, em 2006. Todos levaram o prêmio por seus desempenhos nos Mundiais.
- A única vez que um jogador ganhou a “Bola de Ouro” sem ter sido de time campeão do mundo foi em 2010. O Messi levou porque é o Messi. Os espanhóis ganharam o Mundial, mas era um time mais coletivo. O Messi, pela individualidade, ganhou. Nas demais, em todas, sempre foi alguém que se destacou na Copa – afirmou o repórter Tino Marcos, da TV Globo, acostumado a acompanhar os principais jogadores do mundo.
O apresentador Thiago Leifert, da TV Globo, tem opinião diferente à dada por Tino Marcos. E ele vai além ao comentar o desempenho numa Copa e na temporada regular.
- Historicamente, é muito raro um jogador se destacar absurdamente na Copa, porque são poucos jogos. Só dois times vão jogar sete partidas, a imensa maioria joga apenas quatro. É pouco. Fica muito mais visível um jogador que arrebenta nas 38 rodadas de um nacional e nos 11 jogos da Champions. Na Copa de 2010, por exemplo, o melhor jogador do torneio não chegou à final e ficou em quinto na edição da "Bola de Ouro" (Iniesta). Venceu Messi, que foi eliminado nas quartas da Copa.
E a Copa das Confederações? Neymar foi escolhido o craque do torneio, ganhou chuteira de bronze por ser o terceiro artilheiro, com quatro gols, além de ser eleito o melhor em campo em quatro das cinco partidas da seleção brasileira. É o suficiente para ser um candidato forte à Bola de Ouro? Historicamente, faz pouca diferença. Nas duas edições anteriores a 2013, por exemplo, Kaká e Adriano foram escolhidos os melhores jogadores da competição, mas nem sequer figuraram entre os três finalistas da premiação da Fifa em 2009 e 2005, respectivamente - Messi e Ronaldinho Gaúcho levaram o troféu.
- Não influencia em nada. Vai depender do desempenho dele na Europa. Ele só vai ter alguns meses para mostrar seu futebol até o próximo prêmio. O desempenho na Copa do Mundo ajuda um pouco, mas são somente sete jogos. Para ser escolhido o melhor do mundo, é preciso ter uma grande sequência de bons jogos – disse o ex-jogador Cafu, que já votou na eleição e, se pudesse participar ainda, escolheria Messi, CR7 e Neymar.
Ribéry e Thomas Müller, dois destaques do Bayern na conquista da última Liga dos Campeões (Foto: AP)
- O Neymar só precisava da visibilidade do futebol europeu. Ele não precisa fazer nada de diferente. Pelo que ele faz na Seleção e a visibilidade do Barcelona, ele vai brigar pela "Bola de Ouro". Com certeza, ele vai ficar entre os três neste ano.
Na consulta feita pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM, além de Cléber Machado, Thiago Leifert, Eraldo Leite, Tino Marcos e Cafu, participaram da votação os zagueiros da seleção brasileira, Thiago Silva e David Luiz, e o coordenador técnico do time canarinho, o tetracampeão Carlos Alberto Parreira. E a vitória de Messi foi impressionante: o argentino recebeu sete dos oito votos. Iniesta foi o "intruso" na lista dos primeiros colocados.
- Na Liga dos Campeões, o Bayern foi campeão com grande conjunto, grandes jogadores, mas forte coletivo. A temporada europeia está para começar. Ainda não dá para mudar a lista dos finalistas do ano passado - avaliou Cleber Machado, justificando a sua indicação com Messi, CR7 e Iniesta.
A partir da próxima sexta-feira, quando a temporada europeia começa a engrenar, com o início dos Campeonatos Alemão e Francês, os craques terão novas chances de convencer de vez o colégio eleitoral de que merecem a Bola de Ouro.
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2013/08/bola-de-ouro-ao-alcance-dos-pes-o-que-pode-pesar-na-eleicao-da-fifa.html