- A equipe entrou muito bem no jogo. Pra mim, foi o coração que fez a diferença. Pegamos todas as bolas como se fossem as últimas, e isso foi o que deu resultado. Ganhamos de um bicampeão europeu, chamada de melhor equipe do mundo. Estou muito feliz por isso - festejou o técnico do Cruzeiro, o argentino Marcelo Mendez.
Festa do Cruzeiro campeão mundial
(Foto: Rafael Araújo)
O cubano Leal, que travou um duelo particular com o compatriota Leon, foi o maior pontuador da partida, com 22 bolas viradas, uma a mais que o cubano do Zenit Kazan. Na decisão, era ele quem chamava a responsabilidade.
Jogo tenso
Minimizando a chance de erros, para não repetir o jogo de quarta-feira, o Cruzeiro começou a partida sem forçar muito as jogadas. Do outro lado, sempre que a jogada complicava, bola no cubano Leon. A primeira vantagem só veio no sétimo ponto do Zenit, que abriu 7 a 5 em erro de Wallace e foi para a parada técnica com 8 a 7 de frente. Mas se os russos podiam contar com Leon, a equipe brasileira apostava em Leal, que parou Mikhaylov e Matt Anderson em dois bloqueios para colocar o Cruzeiro com 14 a 13. Mas a vantagem durou pouco tempo, e o Zenit virou para 16 a 15.
Leal vira mais um ponto para o Cruzeiro
(Foto: Douglas Magno / DM Press)
Com uma grande sequência de Isac no saque, o Cruzeiro saiu 18 a 19 contra para 24 a 19. No embalo da torcida, coube a Filipe explorar o bloqueio e fechar o set em 25 a 20.
Início de reação russa
Principais atacantes das duas equipes, Leon e Leal tiveram o primeiro duelo do segundo set no 2 a 2. O cubano do Zenit foi para o saque e mandou dois pontos em cima do compatriota e colocou vantagem de 6 a 2 ao fim de sua passagem pelo serviço. O troco brasileiro veio com o central Éder, que complicou a recepção adversária e deixou o jogo em 8 a 7.
Éder foi um dos destaques do Cruzeiro na decisão do Mundial (Foto: Douglas Magno / DM Press)
As dificuldades para finalizar os pontos fizeram os técnicos Marcelo Mendez e Vladimir Alekno trocarem seus opostos, tirando Wallace e Mikhaylov para as entradas de Alan e Poletaev. Enquanto o jogador do Cruzeiro errou dois ataques em sequência, o do Zenit foi para o saque e fez estrago na recepção celeste, colocando seis pontos de frente na segunda parada técnica. Poletaev foi o destaque russo na reta final do set e ajudou a empatar o jogo: 25 a 21.
Caminhada para o título
Com um set para cada lado, a partida virou um jogo de xadrez. Cada jogada era minuciosamente trabalhada, e os pontos, muitos celebrados, principalmente por Kobzar, levantador do Zenit, que rodava a quadra e provocava a torcida do Cruzeiro. Após dois erros celestes, os russos escaparam em 16 a 13.
Após a parada técnica, Wallace, que estava sumido, chamou a responsabilidade. Primeiro virou uma linda bola. Quando foi para o saque, quebrou a recepção russa, virou o jogo para 19 a 18 e recolocou a equipe no set. O jogo de xadrez estava de volta. Para vencer o terceiro set, alguém teria que dar o xeque-mate. Leal quase conseguiu em um saque violentíssimo, mas Wallace acabou bloqueado. Na segunda chance, Filipe explorou o muro e fechou em 27 a 25, explodindo o ginásio.
A torcida azul sabia que o título se aproximava e aumentava o barulho, que parecia incomodar os russos. Nem mesmo Leon, que era a principal saída, estava conseguindo ter a mesma efetividade. O forte calor jogava a favor do Cruzeiro, que parou de errar e começou a contar ponto a ponto após abrir 16 a 13 na segunda parada técnica.
Faltavam nove bolas para o bicampeonato, e a ansiedade tomou conta do ginásio. Com calma, uma a uma foi virada. Algumas delas com a ajuda de erros de Mikhaylov e Gutsalyuk, para abrir quatro pontos de frente. Coube a Leal, o destaque do Cruzeiro na competição, fechar a conta e garantir o título.
Jogadores do Cruzeiro comemoram ponto
contra o Zenit (Foto: Rafael Araújo)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/mg/volei/noticia
/2015/10/bicampeao-cruzeiro-faz-jogo-perfeito
-supera-o-zenit-e-fatura-o-mundial.html