Beleza e talento: nova geração do judô feminino brasileiro busca espaço
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Beleza e talento: nova geração do judô feminino brasileiro busca espaço


Luana Pinheiro, Ana Carla Grincevicus, Isadora Pereira, Milena Mendes e Tamires Crude disputam o GP de Qingdao, na China, e sonham com Rio 2016

Por Rio de Janeiro

luana pinheiro judô nova geração seleção (Foto: Reprodução Facebook) 
Luana Pinheiro ganha chance na seleção que luta
o GP de Qingdao (Foto: Reprodução Facebook)
 
Vice-campeã mundial por equipes no Rio de Janeiro e com três líderes do ranking mundial, a seleção brasileira feminina de judô vive um momento inédito. Recheada de talentos, a atual geração conta com Maria Suelen Altheman, Mayra Aguiar, Maria Portela, Erika Miranda, além das campeãs mundial Rafaela Silva e olímpica Sarah Menezes. Tanta qualidade, porém, não faz a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) fechar os olhos para a nova geração. Pensando na renovação e na manutenção do alto nível da modalidade, cinco meninas ganharam uma chance e representam o país no Grand Prix Qingdao, na China, a partir desta quarta-feira, nas disputas individuais.

Mas elas não chamam a atenção apenas pelo talento nos tatames. Milena Mendes, 21 anos, Luana Pinheiro, 20, Tamires Crude, 21, Isadora Pereira, 18, e Ana Carla Grincevicus, 19, prometem não decepcionar a CBJ, e, de quebra, encantam pela beleza. Apesar de admitirem a vaidade e serem lembradas não só quando vestem os quimonos, mas também quando estão de salto alto e maquiagem no rosto, elas buscam muitas medalhas e a manutenção do reconhecimento do judô feminino brasileiro.

- Fico feliz por ter admiradores tanto do lado esportivo quanto pela beleza. Mas nada que me faça melhor do que ninguém. Uma coisa que aprendi no esporte é sempre ter humildade. Levo isso como uma coisa normal - diz Luana, de 21 anos e da categoria até 52kg (a mesma de Erika Miranda, vice-campeã mundial), que também já trabalhou como modelo e defende o Minas Tênis Clube.

Mosaico meninas do judô (Foto: Arquivo Pessoal)
Milena Mendes, também da categoria meio-leve (52kg), vai mais longe. Apesar de não gostar de posar para fotos, confessa que os elogios e o posto de musa da nova geração do judô brasileiro são uma massagem no ego das meninas que sofrem tanto nos treinos.

Não é porque usamos quimonos que não podemos usar um salto também"
Milena Mendes
 
- Ser elogiada sempre é bom. Procuro ser o mais feminina possível. Gosto de me arrumar, ir ao salão me cuidar. Mudar um pouco a visão dos leigos sobre mulheres que lutam. Não é porque usamos quimonos que não podemos usar um salto também - diz a judoca.

Elogiada pela comissão técnica, Ana Carla Grincevicus ganha sua segunda chance seguida na seleção. No último dia 19, com a equipe quase completa, o Brasil trouxe para casa outra medalha de prata, desta vez no World Combat Games, caindo novamente diante do Japão na decisão - assim como no Mundial do Rio. Ana Carla foi bem e acabou ganhando elogios de Ney Wilson, gestor de alto rendimento da seleção.

- Os elogios fizeram toda a diferença na minha balança. Dando-me mais entusiasmo e esperança de que eu tenho grandes chances de pertencer a essa equipe principal - explica Ana Carla, que luta na categoria meio-médio (63kg), peso em que o Brasil ainda busca uma titular incontestável. No último Mundial, Katherine Campos foi a representante do país, mas foi eliminada no segundo combate.

Ana Carla Grincevicus world combat games judo (Foto: World Combat Games) 
Ana Carla Grincevicus em ação pela seleção no
World Combat Games (Foto: World Combat Games)
 
Loira, com olhos castanhos, Ana Carla é vaidosa, mas quer chamar a atenção mesmo é pelo seu judô, e não pela beleza.

- Isso é uma situação normal. Fico muito feliz com os elogios, mas acredito que não seja só pela beleza, mas sim pelo judô. O judô feminino tem meninas muito bonitas, com várias belezas bem distintas, o que faz do Brasil um país com um ótimo judô e uma grande beleza.

Milena aproveita a situação para ver um novo significado para a palavra musa.

- Realmente todas as meninas são muito bonitas. Musas, sim, acho que somos musas, não apenas pela beleza, mas por conseguirmos lidar com a pressão, ausência da família, abrindo mão de tantas coisas que o mundo de hoje proporciona, para ir atrás de um sonho tão concorrido. São musas porque mesmo com todos os problemas colocam o quimono e vão à luta (literalmente) - brinca Milena.

Todas sonham com as Olimpíadas do Rio 2016
Apesar da concorrência com as veteranas, que, óbvio, largam na frente, as meninas sonham com as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Para isso, precisam agarrar com unhas e dentes cada chance que a comissão técnica coloca em suas mãos, como essa na China, para o Grand Prix de Qingdao.

Vejo que é um momento de muito aprendizado, pois essa nova geração ainda terá muitas conquistas pela frente"
Luana Pinheiro
 
- Todo atleta sonha com as Olimpíadas, ainda mais no seu país. Espero realizá-lo. E esse sonho é construído todos os dias. Todas as meninas são profissionais e cada uma realiza o seu trabalho de uma forma diferente. Em todo trabalho existe competitividade, e o mercado está cada vez mais competitivo. No judô não é diferente. Quem melhor realizar a tarefa vai ser a titular. Eu procuro buscar meu objetivo sem me preocupar com o resultado das meninas, e sim com o meu melhor - diz Milena.

Luana Pinheiro, que foi uma das sparrings da campeã olímpica Sarah Menezes para o último mundial, pensa o mesmo.

- Que atleta dessa atual geração não sonharia? Tenho muito caminho pela frente, mas sei que com muita dedicação e esforço tenho grandes chances de chegar lá. Espero poder ter um bom resultado e absorver o máximo de experiência possível para iniciar a corrida por pontos no ranking internacional em 2014 da melhor forma possível. Me dei muito bem com a Sarah durante os treinamentos, pude aprender muita coisa. Acho que esse tipo de treino só tem a beneficiar as atletas, é uma ótima oportunidade para troca de experiências.

Ana Carla, que rivaliza dentro do tatame com Katherine Campos, é outra que espera brilhar em Qingdao.

- Acredito que dá para fazer um bom trabalho até lá (2016), e o meu peso, como está em aberto no Brasil, me abre as esperanças com mais chance de participar das Olimpíadas. Com certeza, estamos buscando nosso espaço para fazer a diferença no futuro da nova geração. É um momento de muita novidade, mas também de muita vontade de fazer parte dessa equipe.

Gestor de alto rendimento da seleção brasileira, Ney Wilson elogiou as meninas e explicou o critério para que as chances sigam aparecendo.

- Nós temos testado várias atletas nos treinamentos no Brasil e observado os que já estejam mais preparados para as competições do certame internacional. Dessa forma preparando uma nova geração sem descartar a possibilidade de brigar pela vaga em algumas categorias para 2016, criando oportunidades estratégicas de subir no ranking da FIJ para os que se destacarem nas competições.

"Veteranas" para dar exemplo
seleção brasileira grand prix de Qingdao china judo (Foto: reprodução instagram) 
Seleções brasileiras feminina e masculina treinam
na China para o GP (Foto: reprodução instagram)
 
Primeira brasileira campeã mundial, Rafaela Silva também viajou para Qingdao. Apesar de ter apenas 21 anos, a judoca da categoria leve (57kg) tem nas costas uma edição das Olimpíadas e vários títulos internacionais no currículo. Além de parceira, serve de exemplo para as meninas da nova geração, como a jovem Ana Carla Grincevicus.

- É uma satisfação muito grande estar nessa competição, por ser nova e já ser chamada para integrar a equipe principal, ainda mais para disputar um campeonato importante e forte, ao lado de meninas como a Rafaela Silva - conta Grincevicus.

Fecham o grupo Bárbara Timo, do Flamengo, de 21 anos, e Nádia Merli, também de 21. Ambas já estão na seleção há mais tempo e viram espelho para quem chega agora.

- Vejo que é um momento de muito aprendizado, pois essa nova geração ainda terá muitas conquistas pela frente, e ter na nossa vanguarda uma equipe como a atual "geração prata", serve de motivação para buscar sempre e superar os resultados tão bons que elas conseguiram - finaliza Luana.

Programação do GP de Qingdao
30 de outubro (quarta-feira)
Homens: -60kg, -66kg
Mulheres: -48kg, -52kg, -57kg

31 de outubro (quinta-feira)
Homens: -73kg, -81kg
Mulheres: -63kg, - 70kg

1º de novembro (sexta-feira)
Homens: -90kg, -100kg, + 100kg
Mulheres: -78kg, + 78kg


Seleção masculina
60kg: Raphael Minoru x Yuxuan Zhao (CHN)
66kg: Marcelo Fuzita x Yiu Leung Chui (HKG)
73kg: João Pedro Macedo x SUN, Shuai Sun (CHN)
73kg: Euardo Katsuhiro x Hemubatu Eri (CHN)
81kg: Vinícius Panini x Won Jun Jung (COR)
90kg: Eduardo Gonlçalves x Jun Zhang (CHN)
100kg: Rafael Buzacarini x vencedor de Radek Hecl (CZE) x Dongming Zhao (CHN)
+100kg: Gabriel Santos x Shuo Wang (CHN)


Seleção feminina
52kg: Luana Pinheiro x Shuk Ki Tsui (HKG)
52kg: Milena Mendes x Yunying He (CHN)
57kg: Rafaela Silva x vencedora de Jia Lin Yang (TPE) x Ying  Zhou (CHN)
57kg: Tamires Crude x Hsin-Yun Lee (TPE)
63kg: Ana Carla Grincevicus x Yamei Zhu (CHN)
70kg: Bárbara Timo x vencedora de Tserenkhand Tsenduren (MGL) x Xiaoqing Liu (CHN)
70kg: Nádia Merli x vencedora de Khulan Batbaatar (MGL) x Jia Zhao (CHN)
78kg: Isadora Pereira x Xin Li (CHN)


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/judo/noticia/2013/10/beleza-e-talento-nova-geracao-do-judo-feminino-brasileiro-busca-espaco.html



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