Ilustração: Cláudio Roberto/GLOBOESPORTE.COM
Cesar Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked alegam que a culpa por terem sido flagrados em um exame antidoping foi da farmácia que produziu seus suplementos alimentares à base de cafeína. Assim como eles, outros atletas passaram pelo que consideram “doping acidental”. Alguns tiveram que expor a intimidade e conseguiram punições mais brandas. Entre eles, Frédérick Bousquet, adversário dos brasileiros. O nadador francês revelou que usou uma pomada para tratar uma crise de hemorróida. Levou dois meses de suspensão.No caso de Cielo e dos três nadadores brasileiros, a Federação Internacional de Natação (Fina) deixou a decisão para o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Eles receberam apenas advertências da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e perderam os resultados do Troféu Maria Lenk, em maio, quando os exames foram realizados.
Veja alguns dos mais curiosos casos de doping 'acidental':
O exame do tenista francês durante o Masters 1.000 de Miami, em 2009, apresentou traços de cocaína. O motivo, segundo ele, foi um beijo em uma mulher que conheceu em uma boate. A Federação Internacional de Tênis (ITF) o suspendeu temporariamente por dois meses e 15 dias, e a Federação Francesa abriu um tribunal especial para julgar o caso. Depois de cumprida a suspensão, ele foi liberado para voltar a jogar, sob justificativa de que seria "injusto e inapropriado" aumentar a pena.
O argentino figurava no top 10 em 2005, quando testou positivo para um diurético HCT (hidroclorotiazide) durante o ATP de Acapulco. A ATP o suspendeu por dois anos, mas o tenista recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), que reduziu a pena para 15 meses alegando "um erro cometido pelos organizadores do torneio". Cañas disse ter tomada água do copo de outra pessoa.
Em julho de 2007, pouco antes do Pan, exames após uma partida do Campeonato Italiano acusaram a presença de sibutramina na urina de Jaqueline. Ela disse que tinha tomado um chá para eliminar celulites. Uma semana antes do julgamento, porém, mudou a defesa e alegou que uma cápsula de um remédio que tomava com frequência, (Ácido linoléico conjugado), estaria contaminada. Suspensa provisoriamente por dois meses, ela teve a pena aumentada pelo Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni): nove meses.
Maurren Maggi era favorita a conquistar uma medalha nas Olimpíadas de Atenas-2004, mas, um ano antes, foi flagrada em exame por uso de clostebol, um esteroide anabolizante. A saltadora disse que tinha usado uma pomada (Novaderm) para cicatrização de pele, após uma sessão de depilação a laser. A desculpa não ajudou a reduzir a pena. Maurren pegou dois anos de suspensão e desistiu de recorrer. Em 2008, conquistou o ouro do salto em distância em Pequim.
Alberto Contador e carne contaminada
Tricampeão da Volta da França, o ciclista espanhol Alberto Contador testou positivo para uma pequena quantidade da substância anabolizante clembuterol durante a edição 2010 da prova. Ele alegou ter comido uma carne contaminada e foi suspenso provisoriamente por dois meses pela Federação Espanhola de Ciclismo. O TAS vai julgá-lo em agosto.
Um pouco antes de uma competição em Canet-en-Roussillon, no ano passado, o nadador francês sofreu o que chamou de “crise violenta de uma doença muito peculiar”, tratada com medicamento que não contém substâncias proibidas. Mas, na hora da crise, ele não tinha a medicação. Foi, então, a uma farmácia, comprou uma outra e a usou sem ler a bula. Se tivesse lido, veria que a pomada continha heptaminol, estimulante proibido em fases de competição. Em entrevista a uma emissora de rádio, o nadador disse que tomou o medicamento para curar hemorróidas.
Bousquet pegou dois meses de suspensão, e o caso só foi divulgado depois que ela já tinha sido cumprida. A Federação Francesa de Natação disse ter convicção de que ele não teve intenção de se dopar.
Campeão olímpico nos 400m em Pequim-2008, o americano foi flagrado em antidoping em outubro do ano passado por uso de DHA, um esteroide anabolizante. Ele confessou que vinha ingerindo o remédio “Extenze” para aumentar o tamanho de seu pênis e o desempenho sexual. A confissão fez com que a pena fosse reduzida em apenas três meses. Em vez de dois anos de suspensão, pegou um gancho de 21 meses.
Recordista mundial dos 100m rasos nas Olimpíadas de Seul-1988, Ben Johnson foi flagrado por uso do esteroide estanozolol. Vinte e três anos depois, em um livro, o canadense acusou Andre Jackson, empresário do americano Carl Lewis - seu maior rival - de ter sabotado seu exame. Segundo o velocista, Jackson entrou na sala de coleta e colocou pílulas em sua bebida -Johnson estava tomando cerveja para tentar urinar. Lewis herdou a medalha de ouro.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/outros-esportes/noticia/2011/07/beijo-cha-hemorroida-e-ate-aumento-de-penis-maiscuriosos-casos-de-doping.html