
Nas ruas, o portunhol se tornou o idioma oficial. Nos carros, placas estrangeiras dividem espaços com as locais. No Beira-Rio, tão vermelho de Internacional, o azul será a cor predominante. Em cenário completamente favorável, a Argentina encara a Nigéria nesta quarta-feira, às 13h (de Brasília), pela última rodada do Grupo F da Copa do Mundo. E a expectativa é de que cerca de 100 mil hermanos invadam Porto Alegre, com ou sem ingressos, para empurrar a trupe de Lionel Messi rumo ao primeiro lugar da chave - um empate é suficiente.
Desde o início da semana, as ruas da capital gaúcha estão tomadas por argentinos. Pela proximidade da fronteira, eles chegam de tudo quanto é canto, seja por terra ou pelo ar. E não é preciso muito para satisfazê-los. Estejam confortavelmente hospedados em hotéis ou em simples barracas, são ouvidos a todo instante e cantam em alto e bom som o hit que lembra a vitória sobre o Brasil na Copa de 90 e afirma que "Maradona é maior do que Pelé". A grande maioria, no entanto, terá um problema para solucionar: a falta de entradas.

Com seis pontos, a Argentina é líder do Grupo F e já está classificada para as oitavas de final. Um empate garante a primeira posição, com a fase seguinte sendo disputada em São Paulo, terça-feira, contra o segundo colocado do Grupo E: França, Suíça ou Equador. Já a Nigéria (que soma quatro) também precisa de apenas um ponto para alcançar seu objetivo: seguir na Copa do Mundo. Ainda sofre a ameaça do Irã, que tem um ponto e encara a Bósnia, na Fonte Nova, no mesmo horário. Uma derrota da Nigéria por um gol de diferença, e uma vitória do Irã sobre a Bósnia pelo mesmo placar da outra partida levam a decisão da vaga para o sorteio, já que as equipes ficariam iguais em todos os critérios de desempate.
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Os nigerianos rechaçam uma postura conservadora. O técnico Stephen Keshi disse que sua equipe apenas pretende jogar futebol, podendo quebrar um jejum incômodo: há 24 anos uma seleção africana não vence uma sul-americana em Copas, em um total de 17 jogos. Um triunfo sobre Messi e companhia ainda garantiria a primeira colocação no grupo, o que pode evitar um duelo com a França nas oitavas.
Keshi deve manter a equipe que superou a Bósnia na última rodada, embora uma mudança na zaga - a única não vazada na Copa até o momento - seja provável. Oboabona deve retornar ao time no lugar de Yobo, após recuperar-se de uma lesão no pé direito, sofrida na estreia, contra o Irã. Apesar disso, o treinador manteve o mistério e fechou os dois treinamentos realizados em Porto Alegre.
Festa de aniversário e esperança em Messi
Como não podia deixar de ser, Messi é o principal responsável pela empolgação dos argentinos. Bandeiras com a face do jogador do Barcelona e de Maradona são comuns, e a confiança no tricampeonato mundial aumentou depois das atuações decisivas diante de Bósnia e Irã. Entre as canções que embalam os hermanos, uma diz que pelas mãos de Leo Messi uma volta olímpica vão dar.

- Leo tem jogado muito bem pela seleção nos últimos tempos. Tem sido assim na Argentina, no exterior e aqui no Brasil. O povo o idolatra, e temos que aproveitar essa situação. É uma grande emoção por sabermos a paixão dos argentinos pelo futebol e estão nos apoiando uma vez mais, como no Rio e em Belo Horizonte - disse Sabella.
Para a partida desta quarta, a tendência é que a Argentina tenha apenas uma alteração em relação à sua formação ideal: Basanta no lugar de Rojo. O lateral-esquerdo é o único jogador pendurado com um cartão amarelo. Já o quadrado mágico formado por Messi, Agüero, Higuaín e Di María está mantido, apesar de ter decepcionado contra os iranianos.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/06/argentina-encara-nigeria-se-sentindo-em-casa-em-um-beira-rio-azul.html