Juliana treinou por menos de uma semana com a seleção brasileira de vôlei de praia e já foi cortada novamente pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Dispensada em dezembro após não se apresentar com o grupo convocado pelo técnico Marcos Miranda, a bloqueadora foi chamada novamente e se apresentou no CT de Saquarema nesta segunda-feira. Na quarta, em entrevista coletiva, a santista não poupou críticas ao novo sistema. A direção da CBV não gostou do tom das declarações e optou pelo desligamento da atleta. A informação foi confirmada pelo superintendente de vôlei de praia da instituição, Tadeu Saad, e oficializada no fim da tarde desta sexta-feira.
-- Entendo que, neste momento, a atleta não está preparada para integrar o grupo neste projeto - justificou Marcos Miranda.
Com o corte, Juliana não poderá disputar competições internacionais, como o Circuito Mundial e o Mundial de Stare Jablonki, na Polônia, em julho, onde defenderia o título conquistado em Roma há dois anos. Para manter-se em atividade, a santista poderá disputar torneios Challenger no Brasil ou competir em algum circuito na Europa ou nos Estados Unidos. Não estará, porém, entre os atletas de nível olímpico.
Juliana em treino em Saquarema: declarações polêmicas geram novo corte da atleta (Foto: Divulgação / CBV)
Sem a medalhista olímpica, a seleção se concentrou no Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema, em três períodos diferentes a partir de janeiro deste ano. Eleita a melhor jogadora do Circuito Brasileiro, Juliana foi chamada após a realização das duas primeiras etapas do Circuito Mundial, em Fozhou e Xangai, na China (nelas, o Brasil foi ouro com Talita/Taiana e bronze com Maria Clara/Carol). A estreia seria no Grand Slam de Haia, na Holanda no início de junho. Mas Juliana não gostou de ter sabido da novidade por terceiros, em vez de um comunicado da comissão técnica.
Juliana não poderá disputar torneios internacionais
enquanto seguir afastada (Foto: Divulgação / CBV)
enquanto seguir afastada (Foto: Divulgação / CBV)
- Eu não tive preparação, porque esse ano foi de muitas indecisões.Eu não sabia para onde eu ia, e acabou que isso atrapalhou muito a minha preparação e com certeza vai me atrapalhar durante o ano. Mas é um sistema novo que a gente esta sendo obrigada a aprender.(...) Não dá para ter expectativa. Não sei quem é a minha parceira, não sei como é que vou jogar. Não tenho expectativa alguma. Eu soube por terceiros que vou jogar a etapa da Holanda. A comissão técnica não me falou nada. Até então a Ágatha jogava com a Maria. Não sei com quem a Maria joga, não sei com quem eu jogo. Está tudo muito estranho, muito difícil para mim.
Informado pela imprensa sobre as declarações, o técnico Marcos Miranda disse que não obrigava nenhuma atleta a estar ali e tentou minimizar o episódio. Maria Elisa, parceira de Juliana no Circuito Brasileiro, procurou um discurso conciliador e disse que o tempo ajudaria sua amiga a se adaptar às novas circunstâncias. Ao ver as declarações da campeã mundial na íntegra, porém, a CBV decidiu tomar uma medida drástica. Pela segunda vez, cortou Juliana. Agora, o relacionamento entre as partes está mais estremecido do que nunca.
Juliana é a jogadora brasileira de vôlei de praia mais vitoriosa em atividade. Medalhista de bronze nos Jogos de Londres, a santista radicada no Ceará conquistou sete títulos do Circuito Mundial ao lado de Larissa, assim como dois ouros em Jogos Pan-Americanos e quatro medalhas em Mundiais (ouro em Roma 2011, prata em Berlim 2005 e Stavanger 2009 e bronze em Gstaad 2007). Na temporada 2012/2013, a atleta foi a única a subir ao pódio feminino em todas as etapas e faturou os prêmios de melhor atacante, melhor bloqueadora e melhor jogadora.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/05/apos-duras-criticas-selecao-de-praia-juliana-e-cortada-novamente-pela-cbv.html