Apoiada pela torcida brasileira, Sérvia vence os EUA e avança à final da Liga
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Apoiada pela torcida brasileira, Sérvia vence os EUA e avança à final da Liga


Depois de vencer os dois primeiros sets, equipe europeia permite o empate, mas reage no tie-break e põe fim ao sonho dos atuais campeões da competição



Por
Rio de Janeiro

  1. o jogo
  2. tabela das finais

Aleksandar Atanasijevic tentava reger, ainda com alguma timidez, aquela torcida como se fosse a dele. Sentiu-se à vontade para isso ao ouvir os gritos de "Sérvia, Sérvia". A arquibancada, ainda sob efeito da eliminação do Brasil no dia anterior, adotou o time comandado por Nikola Grbic e reservou suas vaias aos Estados Unidos. Lá dentro, os sérvios faziam 2 a 0 e pareciam caminhar para uma classificação tranquila. Mas os atuais campeões da Liga Mundial não se deixaram abater pela pressão que vinha de todos os lados. Levaram a partida para o tie-break e chegaram a ter três pontos de frente. 

Os erros nos momentos decisivos custaram caro e deram a chance que os rivais precisavam. E não a desperdiçaram. Neste sábado, no Maracanãzinho, venceram a semifinal por 3 sets a 2 (25/23, 25/21, 25/27, 20/25 e 15/12) e saíram aplaudidos e agradecidos.    

A última vez que o time sérvio chegou à decisão da competição foi na edição de 2010 quando ganhou o bronze.  A disputa do ouro será neste domingo, às 11h30.  O adversário sairá do confronto entre França e Polônia, atual campeã do mundo.


A façanha marca os primeiros meses de trabalho de Grbic no comando do elenco. A carreira de jogador chegou ao fim no ano passado, aos 41 anos. Quando pensava que fosse passar um período descansando com a família, o ex-levantador recebeu um convite por telefone cinco dias depois. Não pensou duas vezes e aceitou o desafio de ser técnico do Perugia. Em fevereiro, foi o escolhido para voltar a vestir a camisa sérvia, agora como comandante. Queria retribuir a confiança depositada nele, considerado um dos heróis do vôlei de seu país, e reconduzir o time a um lugar no pódio. Conseguiu.
 
-  A partida estava muito equilibrada e o que fez a diferença foi o apoio da torcida. Isso mudou o nosso jogo - disse Nikola Kovacevic, responsável por 18 pontos, assim como o irmão, Uros (quatro atrás de Atanasijevic, o maior pontuador do confronto). 

vôlei Sérvia x EUA Liga Mundial (Foto: Divulgação / FIVB)
Sérvia comemora: após virada no tie-break na 
fase classificatória, vitória sobre os EUA na 
semi (Foto: Divulgação / FIVB)



O JOGO

Os anfitriões não estavam em quadra, mas o público presente era muito bom. Todos os ingressos para as semifinais e para a final haviam sido vendidos para a festa em casa. Se a seleção não estava em quadra, o público escolhia os sérvios para apoiar. Os atuais campeões da competição imprimiam um ritmo forte, mas a Sérvia resistia e e se mantinha na frente. Taylor Sander era acionado, o bloqueio subia o bloqueio e os Estados Unidos chegavam ao empate (11/11). A virada viria com um saque de Sander, MVP da temporada passada (13/12). 

Kovacevic não deixava os americanos fugirem e ainda comemorava o ataque para fora dos rivais que fez o time retomar o comando. Lisinac ainda conseguia um ace. O jogo seguia equilibrado. Mas Atanasijevic caprichava no saque e conseguia um ponto direto. Os americanos desperdiçavam ataques e viam os rivais se distanciarem (22/20). Sander aparecia, Holt bloqueava sozinho e o empate chegava (22/22). Graças a Atanasijevic e Uros Kovacevic a Sérvia chegava ao set point (24/23). O set ia para o bolso após uma diagonal de Anderson para fora: 25/23.  
    
vôlei Sérvia x EUA Liga Mundial (Foto: Divulgação / FIVB)Nikola Kovacevic ataca (Foto: Divulgação / FIVB)


Mordidos, os americanos voltavam colocando pressão no início da segunda parcial. Só que os adversários não se intimidavam. Enfrentavam o triplo bem montado e passavam por ele (14/12). O jogo ficava mais falado. Os Estados Unidos reclamavam de marcações da arbitragem. Os sérvios aproveitavam o momento para manter a cabeça no lugar e aumentar a frente (22/18). E não desperdiçaram a chance de fazer 2 a 0: 25/21.

A situação ficava complicada para os comandados de John Speraw. Mais ainda quando o bloqueio dos adversários funcionava e abria 12/8. A arquibancada vibrava. Os americanos não perdiam o foco e reagiam (13/13). Uros Kovacevic batia palmas pedindo o apoio da torcida brasileira. Era obedecido.

David Lee colocava os Estados Unidos no comando (21/20). Nikola Kovacevic deixava tudo igual. Sander perdia um ataque e Uros Kovacevic também dava um ponto de graça no saque (22/22). O levantador Christenson fazia seu time respirar com um bloqueio (24/23). Faltava só um ponto para arrancar a parcial e seguir vivo na partida. Sander via seu saque parar na rede. Atanasijevic aproveitava para levantar a arquibancada, mas Matt Anderson jogava um balde de água fria. Max Holt conseguia um ace e tinha de novo o set point. O alívio veio após um ataque de Atanasijevic, que passava da linha. Ainda tinha jogo: 27/25.


vôlei Sérvia x EUA Liga Mundial (Foto: Divulgação / FIVB)
Após estarem perdendo por 2 sets a 0, EUA 
buscam o empate e levam jogo ao tie-break 
(Foto: Divulgação / FIVB)

E dos bons. Anderson soltava o braço de um lado. Uros fazia o mesmo do outro. A Sérvia ia para a primeira parada técnica na frente (8/7). Thomas Jaeschke subia sozinho no bloqueio e fazia Grbic pedir tempo (13/11). O puxão de orelhas funcionava. Os pupilos faziam dois pontos seguidos. Mas a essa altura os americanos faziam boas defesas, tinham bom aproveitamento nos contra-ataques, cometiam poucas falhas e minavam as forças dos rivais (21/18). O paredão subia e a partida ia para o tie-break: 25/20.


No set desempate, a Sérvia recuperava a pegada. A passagem de Nikola Kovacevic pelo saque fazia estragos e roubava a vantagem que antes era dos Estados Unidos (5/4). Após as orientações de Speraw era a vez de Christenson quebrar a recepção da jovem equipe europeia (9/7). Erros seguidos, no saques de David Lee e Anderson e outro no levantamento de Christenson, davam chances para os sérvios encostarem (12/11). Matt Anderson recebia a bola e colocava força de mais no ataque. Empate (12/12). A torcida pedia um ace. Ele não vinha, mas Starovic tratava de subir mais alto que o bloqueio. Virada (13/12). Novo pedido de ace e desta vez Okolic atendia. Match point para a Sérvia. A vaga vinha com um ataque de Starovic. Os EUA se queixavam com a arbitragem, mas o Maracanãzinho explodia.



TABELA DAS FINAIS

Quarta-feira
Brasil 1 x 3 França
Sérvia 2 x 3 Itália

Quinta-feira
Brasil 3 x 1 Estados Unidos
Polônia 3 x 1 Itália

Sexta-feira
Estados Unidos 3 x 1 França
16h05 - Sérvia 3 x 2 Polônia

Sábado
EUA 2 x 3 Sérvia
Polônia 2 x 3 França

Domingo
9h10 - Disputa do terceiro lugar - EUA x Polônia
11h30 - Final - Sérvia x França


FONTE:
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