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Após 38 anos de uma hegemonia de havaianos, americanos e australianos, Gabriel Medina escreveu o seu nome na história como o primeiro brasileiro campeão mundial no surfe. Os sul-africanos Shaun Tomson, em 1977, e Martin Potter, em 1989, que - embora tenha nascido na Inglaterra, mudou-se aos dois anos para Durban -, haviam sido os únicos a quebrar a escrita. Até aparecer o paulista de São Sebastião, um menino hiperativo, que queria apenas brincar na praia de Maresias, mas que se transformou em um fenômeno do surfe mundial. O sonho de menino, desde que avisou aos pais que seria campeão mundial, aos 10 anos, tornou-se realidade.
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- Esse título foi muito importante para mim e para o esporte. Estou superfeliz, acabei de alcançar meu sonho e é isso, esse vai para o Brasil. Estamos juntos. Eu tive os meus pais sempre ao meu lado, me incentivando desde o começo. Eles falavam “não” quando eu queria fazer alguma coisa legal, e hoje eu estou entendo o porquê de tanto “não”. Meu pai e minha mãe foram fundamentais para eu chegar aonde cheguei. Ainda não caiu a ficha. Parece que está todo mundo mentindo para mim. Estou orgulhoso de mim, eu fui o primeiro campeão mundial do Brasil, muitos tentaram, o Fábio Gouveia, o Teco (Padaratz), o Adriano (de Souza, o Mineirinho). Eu quero agradecer a Deus e a todos que me apoiaram, que este seja o primeiro de muitos - disse Medina após a histórica conquista em Pipeline.

Gabriel Medina abraça Mick Fanning, um dos
gigantes que derrubou rumo ao título
(Foto: Pedro Gomes Photography)
- Queria vencer em Pipe, é uma etapa importante, que todo mundo quer vencer, foi por muito pouco. Estou aqui para competir. Naquela última onda do Julian, eu tinha prioridade e deixei ele ir. Ele me perguntou se eu ia e eu deixei, achei que vinha uma melhor atrás, mas ele acabou virando. Eu estava cansado, já tinha ganhado o título mundial, mas foi tudo ótimo.
Seria a quarta vitória de Medina em 11 etapas da temporada. O paulista venceu na Gold Coast australiana, nas Ilhas Fiji e em Teahupoo, no Taiti. Com o vice em Pipeline, Gabriel fechou o ano de 2014 no topo, com 62.800 pontos, contra 55.350 do vice-campeão, Fanning, ídolo de Gabriel.
- O Mick é um cara que eu sempre olhei e tive como inspiração. Um cara que treina muito, é muito focado e bem família. E além de tudo isso, é um bom amigo. Ficamos na mesma casa esses dias e não aconteceu nada diferente do que eu achava. A gente fez altas brincadeiras, jogou pôquer... Ganhar dele e do Kelly foi especial - contou Medina.
Novo "Maracanã" do surfe
Aos 20 anos, o jovem igualou o recorde de Slater de surfista mais novo a conquistar um título mundial, com a mesma idade que o americano tinha quando levantou o primeiro de seus 11 canecos. Quando foi coroado nas areias de Pipeline, ele deixou de ser o ''Biel'' da mãe, o ídolo dos irmãos e o orgulho do padrasto, o seu segundo pai. O surfista passou a ser o Gabriel Medina de todo o Brasil, que parou para torcer e mandar mensagens nas últimas semanas. A praia de Pipeline foi tomada por centenas de brasileiros em um espetáculo nunca antes visto. As areias se coloriram de verde e amarelo, com bandeiras e cartazes. E os gritos de torcida como no futebol foram ecoados em um clima de comoção e lágrimas, digno de um dia histórico.

Gabriel Medina é carregado e cercado por
centenas de brasileiros na praia de
Pipeline, no Havaí
(Foto: Cestari / ASP)
- A praia estava lotada, eu nunca tive uma torcida assim no Havaí. Foi irado ver tantos brasileiros aqui. Essa corrente não me deixou com pressão, pelo contrário, isso só me trouxe motivação. Sei que agora terei uma responsabilidade muito grande, mas isso é bom. Foi incrível hoje.
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As três primeiras etapas do ano

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A derrota no Rio e a virada em Fiji

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Gabriel nas ondas da África do Sul e do Taiti