Esporte
Análise: em terceiro teste de Cuca, Palmeiras repete erros e irrita torci
PAULISTÃO 2016 - PRIMEIRA FASE - GRUPO B
11ª RODADA
Time modificado não mostra reação, volta a apresentar problemas de sempre e perde a terceira seguida num momento decisivo da temporada
Foi o terceiro time diferente de Cuca, mas os problemas foram os mesmos de sempre. Pressionado, o Palmeiras voltou a jogar mal, frustrou quem aguardava uma nova postura em campo e irritou ainda mais um torcedor que vem descontente desde o início da temporada. A derrota por 2 a 1 para o RB Brasil, no Pacaembu, é sintomática ao momento alviverde na temporada.
Desorganização tática. Erros em passes fáceis. Falta de criatividade. Ansiedade. Nervosismo. O trabalho da nova comissão técnica ainda será árduo. Mas é fato que dava para ter apresentado futebol melhor nesta quinta-feira.
Cuca, enfim, teve tempo para treinar. Depois de um início com duas derrotas, o treinador comandou três atividades na Academia ao longo da semana e pôde observar melhor o elenco alviverde. Aproveitou para fazer testes, exigiu mudança na postura de cada jogador em campo e escalou uma equipe diferente para voltar a vencer. Não deu resultado.
Time escalado por Cuca nesta quinta-feira
prometia mudança de postura, o que não
aconteceu
A mudança ficou na teoria. O pedido por mais movimentação e mais intensidade não passou do discurso. Rafael Marques, escalado como “falso 9”, até que realizou bem a função no início, foi buscar a bola no meio e brigou entre os zagueiros com disposição. O restante foi mais do mesmo. Até o fim dos chutões, inacreditavelmente, se tornou um problema.
A expectativa do treinador era ver um Palmeiras trocando passes desde os zagueiros, sem ligação direta ao ataque. O esforço era visível, mas o toque de bola deixava de acontecer na linha central, no setor em que o RB Brasil reforçava a marcação. Quando os adversários resolviam combater mais à frente, o cenário já se tornava trágico.
Aos 20 minutos, Fernando Prass tentou sair tocando a bola, mas o passe na intermediária foi interceptado pelo ataque adversário. Edu Dracena tentou consertar e também errou. O nervosismo era evidente
(veja o vídeo clicando no LINK da FONTE abaixo
O Palmeiras não se entendia em campo. Ha11ªvia falha até na comunicação. Dudu foi substituído de maneira bizarra. O atacante estava sendo atendido na linha lateral por causa de incômodo na coxa, mas, antes que pudesse sinalizar que tinha condições de permanecer no jogo, viu a comissão técnica colocar Allione, sem aquecimento, em campo (veja o vídeo abaixo).
Era mais um dia para se esquecer. Já aos 39, Rafael Marques se jogou dentro da área de ataque, o time palmeirense parou para pedir o pênalti, enquanto o RB Brasil ligou um contra-ataque fulminante. Thiago Galhardo deixou Dracena na saudade sem dificuldades, driblou Fernando Prass e tocou para o fundo da rede. Note na imagem abaixo que os dois zagueiros palmeirenses estavam no mano a mano com os dois atacantes adversários - sinal de que laterais e volantes do Verdão haviam se mandado todos para o ataque ao mesmo tempo. Pra quê?
Mesmo cercado por três jogadores do Palmeiras,
jogador do RB Brasil encaixa o contra-ataque
que origina primeiro gol
Nada que não pudesse piorar. Antes do intervalo, o nervosismo e a falta de concentração voltaram a ficar evidentes. E custou caro. Na cobrança de escanteio para a área alviverde, Roger saiu da marcação de Arouca, que teve tempo apenas de levantar o braço para reclamar - sem razão - enquanto o atacante ampliava a vantagem (veja os gols no vídeo
clicando no LINK da FONTE abaixo).
Cuca tentou acalmar o time no intervalo. Também mexeu no time. Saiu o volante Jean, entrou o atacante Alecsandro. A tentativa de levar o Palmeiras ao ataque a qualquer custo abriu um buraco no meio, que, somado aos sucessivos erros de passes na saída de bola, dava espaço para o RB Brasil encaixar um contra-ataque que liquidaria a partida.
Por isso, Cuca mexeu novamente apenas 11 minutos mais tarde. Erik, que não aproveitou mais uma oportunidade, deu lugar ao experiente Zé Roberto. A mudança daria mais qualidade para trabalhar a bola no ataque. Mas, antes que a substituição surtisse efeito, o Palmeiras diminuiu sem precisar de qualquer tática.
Rafael Marques levantou a bola, Allione escorou para o meio, Robinho furou, mas mesmo sem querer fez o passe para Alecsandro. O centroavante, livre de marcação, esticou a perna direita e balançou as redes. O time ficaria mais calmo para buscar o empate?
Sem velocidade pelos lados, Palmeiras apostou
na bola na área e foi pouco efetivo no segundo tempo
Ainda não. Em raros momentos era possível perceber que
Robinho jogava ao lado de Arouca como volante e Zé
Roberto permanecia centralizado, com Rafael Marques
pela esquerda e Allione pela direita. Quando conseguia
se organizar, o Palmeiras chegava com perigo. Egídio
obrigou Saulo a fazer boa defesa. Allione perdeu boa
chance ao sair na cara do goleiro (veja o lance clicando
no LINK da FONTE abaixo).
Os últimos 15 minutos foram de ataque contra defesa. As substituições do RB Brasil chamaram o Palmeiras. Era bola pra frente a todo momento. Até mesmo porque o time de Cuca, sem Dudu e Erik nas pontas, tinha perdido velocidade. Se a aposta era na qualidade de passe, Robinho, Zé Roberto e Allione deixaram muito a desejar. Motivos de sobra para irritar ainda mais os a torcida que compareceu ao Pacaembu – e antes da partida já estendia a faixa “elenco de Série B”. O coro de “time sem vergonha” ganhou força.
Após três formações diferentes e três derrotas, Cuca sabe que precisará de muito mais do que uma semana para colocar o Palmeiras nos trilhos. Haja paciência e amendoim.
FONTE:http://globoesporte.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2016/03/analise-em-terceiro-teste-de-cuca-palmeiras-repete-erros-e-irrita-torcida.html
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