Ana Cláudia Lemos diz estar pronta para a temporada (Foto: Agência Luz/BM&FBOVESPA)
A ideia de Ana Cláudia, em conjunto com o treinador Katsuhico Nakaya, é eleger ao longo da temporada uma das duas provas individuais (100m e 200m) para competir nos Jogos Olímpicos do Rio, além de correr com o time do revezamento 4x100m. A velocista tem índice nas duas provas, mas acredita que chegou o momento em que pode ser preciso estabelecer limites. E, recentemente, conheceu os seus.
- Como já conheço meu corpo, tenho que selecionar uma prova e mais o revezamento, para ter um tempo maior de recuperação. A gente está o tempo todo no limite. Hoje, já sei o meu limite, o que posso fazer. Não dá para fazer tudo. Eu quero fazer tudo, mas a gente não é super-herói. Às vezes, tem que ter mais cautela, tirar o pé. Como eu estava muito bem fisicamente (no ano passado), a gente acreditava que ia correr bem. Não dá para correr todas as provas, eu não entendia isso - diz Ana Cláudia, que treina em seu clube, em São Caetano do Sul.
Antes dos Jogos Pan-Americanos, a velocista de 27 anos vinha com bons tempos na temporada, tanto nos 100m quanto nos 200m, batendo recordes e conseguindo marcas expressivas. Não esconde que foi difícil o período longe das pistas, mas ressalta de novo o aprendizado. O trabalho para as Olimpíadas começou ainda no ano passado, deixando os dias ruins para trás. Ana está se preparando desde setembro para chegar no seu auge ao Rio de Janeiro.
Ana Cláudia Lemos em ação no ano
passado (Foto: Wagner Carmo/CBAt)
Dona dos melhores tempos do Brasil nos 100m e 200m e recordista sul-americana da prova mais longa, Ana Cláudia traçou como objetivo olímpico conseguir uma final individual e mantém o otimismo em um pódio para as meninas do revezamento 4x100m do Brasil.
- Conversei com o Nakaya, e a gente quer correr os 100m e 200m durante a temporada toda, até o Troféu Brasil (previsto para junho). Depois, ele avalia qual prova que eu vou fazer nas Olimpíadas. A temporada vai dizer qual prova estarei melhor, 100m ou 200m. Provavelmente, vai ser uma prova individual e mais o revezamento. A prova que mais me aproximar de uma final olímpica (100m ou 200m) e mais o 4x100m, que é nossa maior esperança de medalha - disse a atleta, que esteve em Londres 2012 e foi reserva em Pequim.
Revezamento segue como esperança
O revezamento 4x100m feminino do Brasil foi apontado, sobretudo no começo do ano passado, como um time forte na briga por um pódio. No entanto, 2015 foi difícil. Lesões e problemas de saúde atrapalharam o time individualmente, não encaixando da forma que se esperava. Um dos motores desse time, Ana Cláudia reconhece que muito deu errado por conta de lesões, mas a temporada que passou não diminui em nada a esperança no conjunto.
Em 2013, o quarteto formado por Ana, Rosângela Santos, Evelyn Santos e Franciela Krasucki bateu o recorde sul-americano na semifinal da prova no Mundial de Moscou. Na final, no entanto, Vanda Gomes acabaria entrando no time e deixando o bastão cair.
Ana Claudia Lemos após a lesão sofrida em
Toronto (Foto: Wagner Carmo/Agência Estado)
Ana Cláudia é dona dos recordes brasileiros dos 100m (11s01) e dos 200m (22s48, que também é recorde sul-americano). Neste começo de ano, ela optou por não participar de nenhuma competição indoor. A previsão é que comece a competir na pista aberta em abril.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/atletismo/noticia/2016/01/ana-claudia-reduz-carga-olimpica-apos-lesao-no-pan-nao-da-para-fazer-tudo.html