Abel Braga não sabe se fica no Inter em 2015(Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
O discurso começou após uma pergunta se havia sido procurado para comandar equipes de São Paulo. Abel comentou que a situação estava nebulosa e recordou que, em ocasiões anteriores, as propostas chegaram quando estava empregado. O treinador voltou a fazer a corriqueira declaração de amor ao Inter e reiterou os laços criados com as pessoas do clube antes de comentar sobre o trabalho realizado no Beira-Rio.
- Não sei como será meu ano em 2015. Meu contrato acaba em dezembro. Nunca pude (aceitar) quando ocorreram os convites. Será uma honra, até porque estou perto de parar. Isso aqui (São Paulo) é um outro país dentro do Brasil, mas me sinto muito bem no Inter. Tenho grandes amigos no clube. Um deles é o (coordenador da preparação física Élio) Carravetta, que, assim quando cheguei, disse que lutaríamos para ser campeões. Eu disse que precisava chamar a responsabilidade. Acho que deixei um legado caso não siga no clube - sinalizou.
O legado ao qual Abel se refere aponta para os garotos que estão entre os titulares ou são peças de confiança. Logo os jovens, que sempre foram um dos principais alvos de contestação durante sua estadia no Beira-Rio ao longo de 2014 porque se dizia que recebiam poucas chances.
No entanto, neste final de ano, Alisson e Alan Costa se firmaram entre os titulares. O primeiro desbancou Dida. O treinador enumerou os meninos nos quais têm apostado durante a competição. Bertotto, titular contra o São Paulo na noite da última quarta-feira no Morumbi, no empate em 1 a 1, recebeu o maior dos elogios, ao ser comparado com Paulo Roberto Falcão, principal ídolo da história colorada. Só que Abelão, se vibrou com a ascensão das promessas, admitiu que não sairá completamente feliz do Inter. A falta do título do Brasileirão é uma dor:
- Hoje você tem o Alisson, um menino, o Alan Costa, outro, o Bertotto, que também é menino, João Afonso, Thales, Taiberson, Leandro, que pegamos de vez em quando do sub-23. São vários garotos. Isso é um legado. Existia duvida quando eu colocava. Uma coisa é jogar para não cair (como ocorreu em 2013, quando o Inter lutou até a última rodada para seguir na Série A). Aí tem muita pressão. Mas sairei decepcionado porque não alcance a meta que tracei. Eu fracassei, queria ser campeão. E, se continuar, vou seguir atrás. No Inter tem tudo, não falta nada. De repente os garotos podem estar ainda mais fortes. Quem sabe esse Bertotto não vira um Falcão canhoto?
O tom de adeus de Abel não foi corroborado por Medeiros. O dirigente evitou se aprofundar no tema, pelo fato de ainda restarem quatro rodadas para o Brasileirão, mas também em razão do pleito que ocorrerá em dezembro:
- Qualquer novidade só será tornada pública depois do encerramento deste ano.
Até o Inter oficializar se seguirá ou não, Abel tentará garantir o clube na Libertadores de 2015. Atualmente, o time está em terceiro lugar com 57 pontos, embora um jogo a mais. Neste domingo, recebe o Goiás, a partir das 17h, no Beira-Rio.
Confira as notícias do esporte gaúcho no globoesporte.com/rs