O título do "Jornal dos Sports" na época, "Zicovardia", procurou dar o tom do show de Zico. Acompanhado por Geraldo, o Assobiador, começou ali a inspirar músicas em sua homenagem feitas tanto por músicos rubro-negros como por torcedores de outros clubes.
Tão fanático quanto Jorge Ben Jor, Moraes Moreira traduziu a tristeza da torcida rubro-negra com a despedida do maior ídolo em 1990. Em "Saudades do Galinho", o baiano fazia a pergunta que todo "geraldino" e "arquibaldo" tinha na cabeça: "E agora como é que eu fico
nas tardes de domingo sem Zico no Maracanã?".
João Nogueira buscou inspiração nos versos do também rubro-negro Wilson Baptista para exaltar o esquadrão que se formava no fim dos anos 70. Os versos originais "O Mais Querido tem Rubens, Dequinha e Pavão" do "Samba Rubro-Negro" gravado em 1955 deram lugar a "Zico, Adílio e Adão" na versão de 1979.
Rubro-negro fanático, Marcelo D2 cita Zico em música sobre a sua vida (Foto: Thiago Dias)
Coroa também exaltada por Alexandre Pires, que com "Zico é o nosso rei" faz uma verdadeira declaração de amor ao ídolo. Na letra, o ex-vocalista do Só Pra Contrariar conversa com seu filho, batizado Arthur em homenagem ao ex-camisa 10, e revela seu sonho: ser Adílio, para poder tabelar com o Galinho.
Em um breve resumo de sua vida em forma de rap, Marcelo D2 lembra em "1967", o ano em que nasceu, da herança do sangue rubro-negro de seu avô Peixoto e das tardes no Maraca vendo "Zico, Adílio e Júnior fazendo a bola rolar".
Até mesmo o pessoal do Casseta & Planeta, do saudoso rubro-negro Bussunda, lembrou de Zico ao fazer uma sátira ao samba-enredo. Em "Tô Tristão", os humoristas contam a vida de um azarado torcedor que foi ao Maracanã sem a esposa, mas o "Zicão saiu de maca" logo aos dois minutos, enquanto o "Ricardão fez gol de placa" na sua casa.
Mas uma escola de samba de verdade também se rendeu ao Galinho. Como falar do Flamengo sem falar de Zico? Impossível. E o maior ídolo rubro-negro fez parte do enredo "Uma vez Flamengo" da Estácio de Sá no carnaval carioca de 1995, ano do centenário da equipe. A letra de David Correa, Adílson Torres, Déo e Caruso cita vários atletas que marcaram seu nome na história do clube da Gávea e destaca a maior conquista da geração de 1981: "Será que você lembra como eu lembro o Mundial que o Zico foi buscar."
Até mesmo um membro daquela equipe se arriscou como compositor e lembrou do companheiro. Junior, jogador com o maior número de partidas pelo Flamengo, fez "Pagode do Mengão" com Alceu Maia e dividu os ídolos do clube em uma roda de samba. O Capacete se apresenta como o "partideiro", deixa Rondinelli com o violão, Tita no cavaquinho e Zico "batucando no caneco". "Nosso time toca bola e também toca bateria", finalizava o ex-lateral-esquerdo, que chama até Romário para a brincadeira.
Zico e Junior: amizade dentro e fora de campo rendeu homenagem do Capacete (Foto: Alexandre Durão)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2013/02/60-tons-de-zico-de-ben-jor-d2-galinho-inspira-citacoes-em-cancoes.html